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Carlos Mineiro Aires tomou posse como Bastonário da Ordem dos Engenheiros

27 de Março de 2019 | Geral


Carlos Mineiro Aires tomou posse esta terça-feira, 26 de março, como Bastonário da Ordem dos Engenheiros para o triénio 2019-2022. A cerimónia teve lugar no auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa e contou com a presença do Ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, do Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, e do Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, em representação do Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
 
No seu discurso, o Bastonário reeleito defendeu a necessidade de que o País se transforme "no que todos sabemos ser possível, aproveitando as qualificadas gerações que temos sabido criar e onde a qualidade e capacidade da Engenharia permitam aumentar a nossa competitividade e riqueza”.

Nesse contexto, à espera de soluções para muitos dos problemas que os engenheiros continuam a enfrentar, o responsável apontou críticas ao executivo, considerando "irónico” que o Estado não exija aos seus trabalhadores que, "no exercício das suas funções praticam atos próprios da profissão de engenheiro, estejam validamente inscritos como membros efetivos da Ordem, conforme legalmente imposto”, sobretudo "quando vemos a nossa profissão ser invadida por outros profissionais sem qualificações, a coberto de enquadramentos legais”.

Sobre os investimentos públicos, Mineiro Aires questionou a forma como os mesmos estão a ser e vão continuar a ser lançados. Na opinião do dirigente da Ordem, são os interesses das empresas nacionais que estão em jogo "como recentemente se viu na ferrovia e conforme as associações do setor já perspetivavam, pois a falta de informação atempada sobre a programação e o faseamento dos investimentos não permite o dimensionamento atempado e adequado das empresas, sobretudo numa altura em que a mão-de-obra escasseia.” "Apesar dos reconhecidos esforços feitos nesta legislatura, continuamos a viver num País em que o planeamento deixou de ser opção programática de regime, o que tem evidentes consequências”, criticou.

O responsável reafirmou a importância da Engenharia, "uma profissão única, de confiança pública e de risco, direcionada para garantir o bem-estar, a melhoria de condições de vida e a segurança de pessoas e bens”, alertando que "a exposição do nosso País a desastres naturais, nomeadamente aos sismos, e fenómenos climáticos extremos, como as secas, e as fragilidades que temos nesta e em muitas outras áreas, requerem, cada vez mais, uma redobrada atenção.”
 
Nesta linha de raciocínio, Mineiro Aires referiu-se à tragédia que se abateu sobre Moçambique e relativamente à qual a Ordem dos Engenheiros de Portugal de imediato se prontificou, junto da sua homóloga, para a criação de uma Bolsa de Engenheiros Voluntários que pretendam ajudar à reconstrução daquele País. "Desta disponibilidade, demos oportuno conhecimento ao nosso governo. Estamos a aguardar a reação”.
 
O Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, aproveitou a ocasião para saudar o dirigente da Ordem e, nele, a Engenharia portuguesa, constituindo a "Ordem dos Engenheiros uma instituição de que o País se orgulha”.
 
O governante afirmou durante a sua intervenção que "a Engenharia sempre foi fundamental para a política. Quando a política está ao lado da Engenharia, fica do lado bom da história”. 
 
Alberto Souto de Miranda referiu-se aos investimentos públicos e às grandes oportunidades que daí advêm para a Engenharia nacional, nomeadamente nas áreas da mobilidade, transportes, infraestruturas e comunicações, energia, ambiente e regadio. "Temos de encontrar capacidade de projeto. A mudança passa pelas vossas mãos e pelo vosso talento. Ter a Engenharia portuguesa como ativo é um orgulho para o País”.
 
O Ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, saudou a Ordem dos Engenheiros por ter apostado, nos últimos dois anos, em temáticas centrais de atuação muito caras à sua pasta de governação: alterações climáticas em 2018 e eficiência material – economia circular em 2019.
 
Marcaram presença neste ato diversas figuras internacionais, nomeadamente o Presidente do CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia do Brasil, Joel Krüger, o Presidente do Colegio de Caminos, Canales y Puertos de Espanha, Juan Santamera, e o Bastonário da Ordem dos Engenheiros de Angola, Paulino Neto. Entre os convidados nacionais estiveram presentes representantes de diversas organizações, da Academia, do setor empresarial e do Estado, para além de líderes de outras associações profissionais.
 
O reeleito Bastonário Carlos Mineiro Aires venceu as eleições à OE, no passado dia 9 de fevereiro, com 79,1% dos votos. A acompanhar o Bastonário estão Fernando de Almeida Santos e Lídia Santiago, na qualidade de Vice-presidentes nacionais. Na Região Norte da OE foi eleito Joaquim Poças Martins para Presidente do Conselho Diretivo Regional. O centro do País elegeu Armando da Silva Afonso, enquanto os engenheiros do Sul votaram em Jorge Grade Mendes. Os Presidentes eleitos na Madeira e nos Açores são, respetivamente, José Brazão da Silva Branco e Paulo Botelho Moniz. A Assembleia de Representantes é presidida por Fernando Santo, Bastonário da Ordem entre 2004 e 2010.
 
A tomada de posse dos Órgãos da Região Sul decorreu imediatamente a seguir à dos Órgãos Nacionais. Já na Região Centro, os novos membros eleitos tomam posse hoje, dia 27 de março, na sede regional, em Coimbra; e na Região Norte, será amanhã, 28 de março, também na sede regional, no Porto. A sessão respeitante à Região dos Açores está agendada para o dia 29 de março, em Ponta Delgada; e no dia 1 de abril será realizada a da Madeira, no Funchal.

 - Versão integral do discurso do Bastonário »»

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