A Ordem dos Engenheiros (OE) foi surpreendida com o lançamento de um concurso de ideias promovido pela Área Metropolitana de Lisboa (AML) e pela Ordem dos Arquitetos para o desenho de uma construção provisória que dê apoio logístico à população depois de uma catástrofe.
Face às características do projeto, que envolve, inevitavelmente, conhecimentos e atos próprios de várias especialidades de Engenharia e uma forte intervenção destes profissionais, a OE considera muito pouco avisada a decisão de lançamento de um concurso desta natureza sem que a voz dos engenheiros seja considerada.
Por este facto, o Bastonário da OE, Eng. Carlos Mineiro Aires, já tomou várias diligências no sentido de solicitar a revisão do Regulamento do concurso, de modo a que as equipas concorrentes incorporem obrigatoriamente engenheiros com formação e conhecimentos adequados, uma vez que a OE foi excluída da iniciativa.
De acordo com informações hoje avançadas pelo "Diário de Notícias”, o concurso tem por objetivo o desenvolvimento de uma "construção provisória, facilmente montável, que permita dar uma resposta integrada às exigências que se levantam após um desastre natural de grandes dimensões, como um sismo ou um tsunami”, possibilitando que seja colocada no terreno "no dia dois pós catástrofe e permaneça até ao ano dois".
A notícia indica, ainda, tratar-se de "uma unidade polivalente que incorpore funções administrativas", como seja um "posto médico de emergência, apoio social, armazenagem (de medicamentos ou agasalhos), uma sala de reuniões coletiva, espaço para a junta de freguesia”. A construção deverá ter uma área total de 500 metros quadrados, edificados num único módulo ou em vários, e garantir "sistemas eficientes de fornecimento de energia elétrica, aquecimento e abastecimento de água".