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Delegação de Santarém ao encontro do Potencial Turistico do Rio Tejo
Delegação de Santarém ao encontro do Potencial Turistico do Rio Tejo
11 de Outubro de 2017 | Engenharia Agronómica, Engenharia Civil, Engenharia Florestal
A Delegação Distrital de Santarém promoveu, no passado dia 16 de setembro, uma visita técnica, ao potencial turístico do Rio Tejo, que contou com a presença de 60 membros. O programa deste evento iniciou-se com uma receção aos participantes na antiga Escola Primária de Valada do Ribatejo, onde decorreu uma palestra técnica com o Professor Carmona Rodrigues, Engenheiro Civil e um dos maiores especialistas em engenharia hidráulica fluvial. O evento contou ainda com a presença do Presidente do Conselho Diretivo da Região Sul da Ordem dos Engenheiros, Eng.º António Laranjo, atual presidente da empresa Infraestruturas de Portugal, S.A. «A navegabilidade do Tejo deve voltar à agenda nacional, agora com o impulso do livro branco dos transportes da União Europeia, que dá prioridade aio investimento no transporte fluvial e marítimo», declarou o Prof. Carmona Rodrigues. O Rio Tejo une as duas capitais da Península Ibérica: Lisboa e Madrid. O transporte fluvial, que permitia o acesso à água por parte das populações, foi reduzido pelo aparecimento do transporte ferroviário. A dinâmica fluvial desapareceu, mas volta agora a ter impacto. «O Rio Tejo é um recurso da maior importância para o país e (…) ao contrário de outros rios internacionais, que mereceram fortes investimentos, o Tejo tem andado afastado das atenções, e os municípios ribeirinhos não têm a capacidade de reivindicar os investimentos necessários ao aproveitamento do imenso potencial ambiental, turístico e de motor da atividade económica», declarou Eng. Rui Barreiro, delegado da Delegação Distrital de Santarém. A construção de barragens, que vieram alterar o regime dos ciclos de cheias (também designado por regime morfológico dos rios), e o consequente assoreamento do leito do rio, têm vindo a condicionar a navegabilidade do Rio Tejo. No Museu do Tejo, em Abrantes, pode verificar-se que o leito do rio subiu nas últimas décadas com o assoreamento do rio. E se o Rio Tejo tem pouca acessibilidade entre Espanha e Abrantes, o mesmo não se pode dizer no troço a partir de Abrantes, em que o mesmo começa a alargar, oferecendo outras potencialidades. Defende ainda o Prof. Carmona Rodrigues que, «(…) o Rio Tejo oferece uma maior diversidade do que o Douro, atualmente a única via fluvial navegável aprovada oficialmente, mas apenas com utilização turística. (…) É um património único que retrata uma época e uma forma de sobrevivência, da última grande migração humana em Portugal e que ficou bem retratada na obra do escritor ribatejano Alves Redol». A importância estratégica do Rio Tejo no abastecimento público de água, foi outro dos temas abordados neste evento, em especial da captação de Valada, obra já do século XX, que viria a perder importância com o abastecimento a partir de Castelo de Bode, que hoje representa 80% da água distribuída pela EPAL. Seguiu-se uma viagem de barco, entre Valada do Ribatejo (concelho do Cartaxo) e a aldeia avieira de Escaroupim (concelho de Salvaterra de Magos), designada por "Rota dos Avieiros”, durante a qual foi possível desfrutar de paisagens únicas, terrenos ricos, flora e fauna diversificada, as verdejantes marachas das margens, as lezírias do Ribatejo povoadas de manadas de cavalos e, as aldeias avieiras, esta últimas com referências culturais realizadas por escritores célebres. A aldeia de Escaroupim, localizada a 70 Km de Lisboa, é uma típica aldeia piscatória e uma das mais bem preservadas no concelho de Salvaterra de Magos, foi formada em meados dos anos 30 e construída sobre estacas palafíticas, e mantém a sua traça original com as suas tradicionais casas de "avieiros” (pescadores nómadas originários de Vieira de Leiria). O evento terminou com um almoço convívio no restaurante "O Escaroupim”. A Delegação Distrital de Santarém agradece a disponibilidade do Prof. Carmona Rodrigues, pela excelente palestra que proporcionou aos membros da Ordem dos Engenheiros, e a disponibilidade e colaboração das empresas que proporcionaram a rota do Escaroupim e da cultura avieira. Veja aqui o vídeo.
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