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Engenheiros portugueses assinam novo acordo com Colômbia

Colômbia necessita de especialistas em pontes, túneis e viadutos

14 de Março de 2014 | Geral


"A Ordem dos Engenheiros trabalha com vista à mobilização e internacionalização e não à emigração. Não queremos exportar engenheiros, queremos exportar engenharia”, afirmou Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE), na abertura do seminário "Colômbia – Oportunidades e Engenharia”.

O seminário contou, ainda, com intervenções do embaixador da Colômbia, Germán Santamaría Barragán, da presidente da Sociedad Colombiana de Ingenieros (SCI), Diana Maria Espinosa Bula, do presidente da Região Sul da Ordem dos Engenheiros, Carlos Mineiro Aires, do vice-presidente da SCI, Hernando Benítez, de Ricardo Reis, Mandatário da OE na Colômbia, de Fernando Roseira, administrador da Mota-Engil, e da diretora executiva da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Colombiana, Rosário Marques. A iniciativa culminou com a assinatura de um novo acordo de cooperação entre ambas as instituições profissionais.

"Temos procurado a aproximação entre os engenheiros portugueses e os engenheiros colombianos”, afirmou Germán Santamaría Barragán, embaixador da Colômbia. "Há 500 anos, Portugal descobriu meio Mundo, demorou mais 500 a descobrir a Colômbia! Nos últimos três anos, as relações entre os nossos dois países aprofundaram-se mais do que em todos os anteriores e os portugueses são especialmente bem recebidos na Colômbia”, garantiu o diplomata.
Em termos de atividade, Germán Santamaría Barragán traçou um cenário de prosperidade e crescimento para o seu País, sobretudo na área das infraestruturas. "Se há área que poderá ter futuro na Colômbia, essa área é a engenharia. Este é um campo no qual a Colômbia irá desenvolver-se muitíssimo nos próximos cinco anos e os engenheiros portugueses poderão aqui investir”, fundamentou.

A presidente da Sociedad Colombiana de Ingenieros, Diana Maria Espinosa Bula, frisou o trabalho de negociações realizado durante nove meses entre ambas as associações, o que resultou neste "importante acordo profissional para os engenheiros”. "Apesar da engenharia colombiana estar muito bem qualificada, existem áreas, nomeadamente ao nível de algumas infraestruturas, como pontes, viadutos e túneis, que não conhecemos ou que não dominamos, precisamente porque só agora estamos a iniciar o seu desenvolvimento. É sobretudo nestas áreas que temos necessidade de especialistas”, apontou.
Contudo, a responsável alertou para a necessidade de cumprimento da lei colombiana, que prevê que as empresas estrangeiras ali instaladas tenham que ter nos seus quadros um mínimo de 80% de técnicos colombianos e adiantou que a forma mais fácil de penetração de profissionais estrangeiros no país será através do estabelecimento de parcerias com o tecido empresarial local.

Carlos Mineiro Aires debruçou-se sobre a internacionalização da engenharia portuguesa, realçando a importância de "olhar os outros países com igualdade e reciprocidade”, e elaborando sobre o papel dos engenheiros portugueses na Colômbia: "iremos complementar o conhecimento existente e aprender o que não sabemos para melhor nos integrarmos”.

A assinatura desta nova versão do acordo de cooperação entre a OE e a SCI permitirá uma maior agilização dos processos de mobilidade e internacionalização, garantindo a SCI a intervenção necessária na cadeia de procedimentos que antecede o reconhecimento do exercício da profissão de engenheiro na Colômbia, este da sua competência específica.


A realização deste Seminário foi parte integrante de um programa mais extenso preparado pela Ordem dos Engenheiros para demonstrar à delegação da Sociedad Colombiana de Ingenieros a capacidade da engenharia portuguesa e da sua adequabilidade às necessidades atuais da Colômbia. Dele fizeram parte, igualmente, um outro seminário no Porto, uma visita às obras de construção da barragem de Foz Tua e uma visita ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

Reportagem alargada na próxima edição da INGENIUM.



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