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Ordem dos Arquitectos - Posicionamento da Ordem dos Engenheiros face a artigo publicado em jornal diário

31 de Maio de 2017 | Geral


"Senhor Presidente da Ordem dos Arquitectos, Arqto. José Manuel Pedreirinho

Através dos recortes de imprensa que diariamente recebo, tomei ontem conhecimento de um artigo da autoria do Senhor Presidente da Assembleia de Delegados da Ordem dos Arquitectos, que consta da edição impressa do jornal 'Público', de 30 de maio, que anexo [acesso disponível no final da mensagem] .

Muito embora em nome da elevação que pauta a nossa relação com a Ordem dos Arquitectos, e para não termos de igualar a fasquia, nos abstenhamos de qualificar o conteúdo e o estilo, não podemos ficar indiferentes ao facto de constatarmos que a abordagem desta questão desceu a este inqualificável nível, entrando na agressão institucional na pessoa do Bastonário da Ordem dos Engenheiros.

Como V. Exa. sabe, jamais a Ordem dos Engenheiros trataria um assunto desta natureza com a grosseria com que a Ordem dos Arquitectos o tem feito, cuja maior visibilidade pública foi a publicidade paga e a agora mais do que provável retribuição de espaço no mesmo jornal, ilação que nos permitimos tirar, porquanto não tivemos a devida reciprocidade de tratamento.

Sendo certo que determinadas vozes nunca chegarão muito longe, e agora parafraseando, o mais triste é que o próprio Presidente da Assembleia de Delegados da Ordem dos Arquitectos assuma uma lamentável posição panfletária de agressão institucional, quebrando os princípios comportamentais que sempre têm pautado o relacionamento entre estas duas Ordens que representam profissões complementares e indissociáveis, através de meias verdades e agitando espetros negros para o futuro.

Nunca houve qualquer ‘velha guerra arquitetos-engenheiros’: Assim tem sido e assim será, pela nossa parte.

A questão da reposição dos direitos adquiridos dos Engenheiros Civis abrangidos pelo Anexo VI da Diretiva 2005/36/CE que, como sabemos, também engloba 9 cursos de arquitetura, sempre foi um assunto de justiça e não de usurpação de áreas de atividade profissional, porque se assim fosse, eu não estaria a escrever este texto. 

Ajudem a explicar publicamente as razões e não confundam os cidadãos, pois ninguém percebe o que está em causa e o ínfimo universo dos engenheiros civis interessados na solução.

Sei que dói, mas a verdade é que o meu intitulado ‘ziguezaguear entre argumentos de retórica e equívocas conclusões jurídicas’ muito ajudou a estabelecer uma estratégia firme da Ordem dos Engenheiros e, pelo menos, já conduziu ao generalizado entendimento político das razões que nos assistem e a este desnorte da Ordem dos Arquitectos.

Também sei que com o chegar da hora de se fazer justiça, estas agressões tenderão a entrar em crescendo, porque V. Exas terão de ter um discurso firme e agressivo virado para os vossos membros, a fim de sentirem ilibados no que, para vós, poderá ser um fracasso, mas que para a Ordem dos Engenheiros nunca será uma vitória: apenas justiça e reposição da legalidade.

Neste contexto, e como já me vai conhecendo, permito-me deixar um conselho, o que espero que não seja mal interpretado, por forma a que as nossas relações se mantenham no nível de excelência em que estão, pois não serão artigos matreiros e atitudes inqualificáveis que o prejudicarão.

Sigam, pois, apenas as sábias e proféticas palavras do nosso Presidente da República, e que a seguir transcreverei, proferidas aquando da tomada de posse dos novos órgãos da Ordem dos Arquitectos, onde estive presente e também escutei impávido o ataque a esta Associação Profissional da parte do Presidente da Mesa cessante, pelo mesmo motivo, e que não passou despercebido ao mais alto dignitário da Nação, como veremos.

Com a devida vénia, porque foi obtido no vosso Portal, aqui fica:
‘cabe aos novos corpos dirigentes corresponder à boa imagem que a sociedade tem dos arquitectos’, não deixando de atender aos problemas que ‘legitimamente’ preocupam os filiados da Ordem. 

O Presidente da República referiu-se aos problemas que decorrem das condições económicas que afectam a procura de trabalhos em arquitectura, ‘bem como a questão da concorrência de esferas entre os arquitectos e outras classes profissionais’, sem especificar.
 
Mas eu especifico: referia-se a este grupo de engenheiros civis, porque, como sabe, Sua Exa. o Presidente da República já estava perfeitamente inteirado desta causa.

Com a generosidade a que a minha posição institucional me obriga, e também por postura pessoal, permito-me reiterar o apelo ao cordato relacionamento e forma de estar das duas Ordens Profissionais que dirigimos, o que jamais quebrarei, pelo que, independentemente do que vier a acontecer, sugiro que sigam o nosso exemplo: 
Não ataquem publicamente esta prestigiada Associação Profissional e pautem os vossos comportamentos pela elevação e pelo civismo, tal como a Ordem dos Engenheiros assumidamente o faz.

Tal como lhe comuniquei antecipadamente por contacto telefónico, este email será obviamente objeto de adequada divulgação nos meios internos e pelos órgãos da Ordem dos Engenheiros.

Com a mais elevada estima,  

Carlos Mineiro Aires
Bastonário/President”.

- "O estranho caso dos engenheiros-arquitectos" in Público de 30 de maio de 2017

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