À semelhança do Prémio Valmor de Arquitectura, instituído há mais de um século por decisão deixada em testamento pelo segundo e último visconde de Valmor para premiar o proprietário e o arquitecto autor do projecto da mais bela casa ou prédio edificado na cidade de Lisboa, vai agora ser criado o Prémio Eugénio dos Santos, com o objectivo de distinguir a Engenharia.

A decisão surge na sequência de uma reunião havida nos Paços do Concelho entre o Presidente da Câmara, Dr. António Costa, e o Vice-presidente, Arqto. Manuel Salgado, e o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Eng. Carlos Matias Ramos, e o Vice-presidente, Eng. Victor Gonçalves de Brito, tendo ficado acordado que a Câmara Municipal da capital promoveria a criação deste prémio para a engenharia, atribuindo-lhe a designação correspondente ao nome do grande obreiro da reabilitação de Lisboa no pós-terramoto de 1755.

Eugénio dos Santos e Carvalho nasceu em Aljubarrota em 1711 e faleceu em Lisboa no dia 5 de Agosto de 1760. Foi capitão de engenharia ou, de acordo com a designação da época, "capitão de infantaria com serviço de engenheiro". Após o terramoto de 1755, Eugénio dos Santos foi convidado por Marquês de Pombal para integrar a equipa dirigida por Manuel da Maia, engenheiro-mor do Reino, tendo ficado à sua responsabilidade a elaboração do Plano Geral de Reconstrução da Baixa. Lisboa era uma cidade pouco atractiva, constituída por ruas escuras, estreitas e desorganizadas. Porém, a sua proposta recriava a parte baixa da capital do país, dotando-a de ruas amplas e de traçado rectilíneo, de zonas nobres, como a Rua Augusta ou a Rua do Ouro e, especialmente, de uma Praça do Comércio imponente e monumental.