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Ponte Salazar – Ponte 25 de Abril

Cinco décadas de história

05 de Agosto de 2016 | Geral


Era 6 de agosto de 1966. Até aqui chegar muitas foram as dúvidas técnicas que se levantaram e numerosos os desafios a que a Engenharia e a Tecnologia de então responderam. Inaugurava-se nesta data a principal ligação entre as duas margens do Rio Tejo: a Ponte Salazar, rebatizada, em 1974, de Ponte 25 de Abril.

Correspondeu, na altura, à obra de arte com o maior vão da Europa e o quinto maior em todo o Mundo.

O tabuleiro da ponte situa-se a 70 metros acima do nível da água, de modo a permitir a passagem de navios de grande porte, e as suas duas torres atingem 190 metros de altura. O comprimento total da infraestrutura é de 2.278 metros, correspondendo o seu vão central a 1.013 metros.

Nos finais da década de 90, a Ponte 25 de Abril recebeu o corredor ferroviário, passando a cumprir na plenitude a sua vocação original: permitir a circulação rodo e ferroviária.

Nesta data, a Ordem dos Engenheiros homenageia, de forma simbólica, esta importante obra de Engenharia, ainda hoje um marco demonstrativo da capacidade desta área técnica e científica e do engenho dos seus profissionais.

 

 

| Construção

 

 | Inauguração

 


 

 Fotos | DR

 

Publicamos de seguida a memória descritiva da Ponte 25 de Abril, integrante da obra "Pontes dos Rios Douro e Tejo”, da autoria do Eng. António Vasconcelos, editada pela Ordem dos Engenheiros (Ingenium Edições Lda.) em 2008.


 

Ponte 25 de Abril 

 

Foto | REFER                                                                                 Foto | EP – Estradas de Portugal

 

A Ponte Salazar, denominada a partir de 1974 como ponte 25 de Abril, foi inaugurada solenemente a 6 de Agosto de 1966. Desde então tem tido uma importância primordial para a ligação de Lisboa à margem sul.

Sendo a única ponte suspensa do nosso país, é um dos mais conhecidos ex-libris da capital.

Construída por um consórcio de empresas, liderado pela empresa americana United States Steel Corporation, apresenta características semelhantes a outras pontes desse país, como por exemplo a Golden Gate, de San Francisco. O projecto global pertenceu à empresa americana Steinman, de Nova Iorque, fundada pelo célebre projectista americano de pontes suspensas David Steinman.

O tabuleiro situa-se a 70 m acima do nível da água, de modo a permitir a passagem sem restrições de navios de grande porte e as suas duas torres atingem 190 m de altura. O comprimento é de 2.278 m, com um vão central de 1.013 m. Quando foi inaugurada, a ponte 25 de Abril detinha o maior vão da Europa e o 5.º em todo o mundo. Quarenta anos depois ocupa o 6.º lugar na Europa e o 17.º mundial. No entanto, é de realçar que ocupa o 3.º lugar na categoria mundial de pontes de tráfego misto (rodoferroviárias).

A Ponte 25 de Abril foi projectada desde o início como uma ponte mista rodoferroviária, a realizar em duas fases. A fase rodoviária ficou concluída com a inauguração em 1966 e a ponte ficou desde logo preparada para a segunda fase, na qual os comboios circulariam em via dupla no interior da viga de rigidez. Assim, entre outras medidas, foi construído um túnel com 600 m de comprimento, na margem Sul, debaixo da Praça da Portagem, e os pilares do viaduto Norte ficaram dotados de travessas para apoio do futuro viaduto ferroviário.


Ficha técnica

Localidade – Lisboa
Via de Comunicação – IP7
Cliente – JAE/ Gabinete da Ponte sobre o Tejo
Projectista – Steinman, Boynton, Gronquist & London
Empreiteiro – United States Steel Corporation
Ano – 1966 

 

2. ª Fase

Instalação do Caminho-de-Ferro






   Fotos | Paulo Neto

 

A instalação do caminho-de-ferro na Ponte 25 de Abril foi uma obra de enorme complexidade técnica, com a condicionante de interromper o menos possível o intenso tráfego rodoviário da ponte. A inauguração oficial da ligação ferroviária foi a 29 de Julho de 1999 e o serviço comercial iniciou-se no dia seguinte.

Os estudos iniciais foram lançados pela Junta Autónoma de Estradas (JAE) e mais tarde coordenados pelo Gabinete GECAF, que foi integrado na REFER, após a sua constituição.

O projecto global pertenceu à empresa americana Steinman,Boynton, Gronquist & Birdsal, de Nova Iorque, que, curiosamente, já tinha sido a autora do projecto inicial nos anos sessenta. Os trabalhos foram adjudicados a um consórcio internacional liderado pela empresa alemã DSD –Dillinger Stahlbau GmbH, no qual participaram algumas empresas portuguesas.

Os trabalhos consistiram na montagem de dois cabos de suspensão secundários (situados por cima dos dois já existentes), respectivos pendurais e maciços de amarração, o reforço da viga de rigidez, a montagem do tabuleiro ferroviário para via dupla e respectivas catenárias. Foi também alargado o tabuleiro rodoviário para seis faixas de circulação, assim como realizada a beneficiação geral de toda a estrutura.

Refira-se que o tráfego rodoviário que atravessa a ponte é supervisionado por um Sistema de Gestão de Tráfego, cuja sala de Controlo se situa no edifício da Praça da Portagem. Este sistema é apoiado por várias câmaras de vídeo e comanda os semáforos e painéis de informação variáveis, instalados ao longo da ponte. 

Outra obra complementar foi a instalação do tabuleiro ferroviário de acesso no lado norte, debaixo do viaduto de Alcântara, com projecto da autoria do Eng. António Reis. Foi escolhida uma estrutura mista de aço e betão, sendo a via-férrea balastrada, de modo a reduzir o nível de ruído e vibração. Neste sentido foram também instalados painéis laterais antirruído.

Actualmente circulam na ponte 25 de Abril, Unidades quádruplas eléctricas de 2 pisos, da Fertágus (empresa privada concessionária da actual ligação ferroviária – Roma – Areeiro/ Setúbal) e também alguns comboios da CP (Alfapendulares e Intercidades), que fazem a ligação entre Lisboa e o Algarve, com partida da estação do Oriente.

Podem circular em cada uma das duas vias, simultaneamente, duas unidades quádruplas acopladas ou um comboio ligeiro com locomotiva e carruagens. No entanto, os comboios pesados de mercadorias só podem circular numa das vias, devendo neste caso estar interditada a outra. Em qualquer dos casos a carga máxima global admissível na ponte situa-se entre 1.400 e 1500 toneladas, conforme os casos. A velocidade é sempre limitada a 60 km/h, em todas as situações.

 

Ficha técnica

Localidade – Lisboa
Via de Comunicação – Linha do Sul
Cliente – GECAF
Projectista – Steinman, Boynton, Gronquist & Birdsall / Eng. António Reis
Empreiteiro – Consórcio DSD
Ano – 1999
Actual Dono da Obra – EP.EPE (Concessionário Lusoponte)

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