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Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2011 premeia três trabalhos

20 de Dezembro de 2012 | Geral


A cerimónia de entrega de prémios do Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2011, com a qual se completou a 21.ª edição desta iniciativa, teve lugar na sede da Região Sul da Ordem dos Engenheiros no passado dia 19 de dezembro. Presidida pelo Presidente do Conselho Diretivo da Região Sul, Eng. Carlos Mineiro Aires, contou ainda com a presença do Presidente do Júri do PIJE 2011, Eng. Carlos de Brito Pina e do Vice-Presidente do Conselho Diretivo da Região Sul, Eng. António Liberal Ferreira.

Esta iniciativa procura incentivar e dinamizar a capacidade inovadora dos jovens engenheiros premiando, anualmente e desde 1990, trabalhos inovadores nos diversos ramos da engenharia.

 

Foram admitidas a concurso vinte e duas candidaturas, tendo sido premiados três trabalhos. O Júri que apreciou os trabalhos desta edição foi constituído por 5 membros.

 

Esta edição teve o patrocínio da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia.

 

Trabalhos premiados:

 

1.º Prémio, em ex-aequo, foi atribuído ao trabalho "Sistema de Orientação e Informação para Pessoas com Deficiência Visual”, da autoria do Eng. António Augusto Babo de Carvalho, Membro Efetivo n.º 45933, inscrito na Região Norte e agrupado no Colégio de Engenharia Eletrotécnica.

 

1.º Prémio, em ex-aequo, foi atribuído ao trabalho "Escavação de Poços Inclinados com Recurso a Explosivos", da autoria do Eng.  Carlos Miguel Monteiro Ferreira, Membro Efetivo n.º 57549, inscrito na Região Norte e agrupado no Colégio de Engenharia Civil.

 

3.º Prémio foi atribuído ao trabalho "Desenvolvimento de Equipamento Inovador para Avaliação da Segurança à Progressão de Erosão Interna em Barragens de Aterro Zonadas”, da autoria do Eng. Ricardo Neves Correia dos Santos, Membro Efetivo n.º 40376, inscrito na Região Sul e agrupado no Colégio de Engenharia Civil.

 

1.º Prémio (ex-aequo)

"Sistema de Orientação e Informação para Pessoas com Deficiência Visual”

António Augusto Babo de Carvalho

 

Objetivo e contributo inovador

 

Este trabalho teve por objetivo a construção de um sistema de orientação e informação para pessoas com deficiência visual (cegos e amblíopes).

 

Qualquer pessoa normovisual que visite um centro comercial pela primeira vez tem de se orientar pela sinalética existente para, por exemplo, encontrar as casas de banho, os elevadores ou uma loja. No entanto uma pessoa com deficiência visual não o pode fazer! Este era exatamente o desafio.

 

Verificou-se que dos poucos sistemas de informação existentes a nível mundial nenhum possuía as caraterísticas desejadas, visto que não estavam pensados para ambientes interiores assim como nenhum deles era um sistema de orientação. O sistema funciona com recurso a dois dispositivos, um que se encontra fixo num determinado local onde se pretende informar algo (designado de Unidade Fixa), e outro aparelho móvel, que é transportado pelo utente (designado de Beepmóvel). Sempre que o dispositivo móvel entra na zona de proximidade (+/- 10 metros) de uma Unidade Fixa, esta envia-lhe um conjunto de mensagens áudio em formato MP3, que o utilizador pode escutar através de um auricular ligado ao seu Beepmóvel. O utilizador é notificado deste facto através de uns beeps produzidos no auricular assim como do vibrar do Beepmóvel. Primindo uma tecla, pode escutar as informações recebidas. Estas informações indicam o local em que se encontra, as lojas próximas do lado direito e esquerdo, assim como fornecem a direção a caminhar para chegar a um determinado ponto (e.g. "Caminhando para nordeste, encontrará escadas rolantes e WCs”.

 

Foi o primeiro sistema de orientação por voz para deficientes visuais  no mercado mundial dado incorporar uma bússola audível que fornece orientações geográficas ao utilizador. A qualquer momento o utente pode saber para que direção é que está virado. O Beepmóvel indica ainda a hora e data atuais, a temperatura ambiente e o nível da bateria do aparelho.

 

1.º Prémio (ex-aequo)

"Escavação de Poços Inclinados com Recurso a Explosivos"

Carlos Miguel Monteiro Ferreira

 

Objetivo e contributo inovador

 

A presente inovação visa sobretudo o melhoramento das condições de segurança, e consequentemente o aumento da produtividade e otimização de custos durante a escavação de poços inclinados com recurso a explosivos.

Nos aproveitamentos hidroelétricos em Portugal, é frequente a abertura de poços inclinados no circuito hidráulico, executando-se para o efeito um poço piloto através de raise boring para permitir fluir o escombro resultante do seu alargamento com recurso a explosivos.

No aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor para o alargamento dos poços, idealizámos uma plataforma protótipo que permitiu a utilização de equipamento pesado, como carros de perfuração, robots de projeção e escavadoras de rastos. Desta forma diminuiu-se a carga de mão-de-obra necessária e consequentemente o risco associado a cada uma das actividades (perfuração, remoção de escombro, saneamento de pedras soltas, colocação de pregagens e betão projetado). Além de permitir a utilização de equipamento pesado e o transporte de pessoal para a frente de escavação, permitiu a execução de frentes de avanço horizontais, eliminando por completo os grandes riscos associados a outro tipo de avanço, tendo-se terminado a escavação dentro do prazo previsto, sem ocorrência de qualquer tipo de acidentes.

 

Todo o sistema cumpre com os requisitos legais em vigor no que diz respeito à diretiva máquinas.

Durante toda a escavação, a utilização desta plataforma recebeu fortes elogios por parte do Dono de Obra, bem como vindos de colegas de outras empresas que nos visitavam frequentemente, tendo uma delas inclusivé desenvolvido recentemente uma plataforma semelhante para escavar um poço pelo mesmo método num outro empreendimento da EDP.

 

Pretende-se assim registar e divulgar todo o processo que envolveu a inovação em causa para que possamos todos executar trabalhos idênticos de forma segura e eficiente, utilizando um sistema inovador e adaptável a diferentes diâmetros e inclinações dos poços.

 

 

3.º Prémio 

"Desenvolvimento de Equipamento Inovador para Avaliação da Segurança à Progressão de Erosão Interna em Barragens de Aterro Zonadas"

Ricardo Neves Correia dos Santos

 

Objetivo e contributo inovador

 

A rotura de barragens de aterro por formação de um canal (erosão tubular) no interior do aterro, usualmente, ocorre rapidamente, num período de poucas horas, originando uma onda de inundação no vale a jusante com elevado potencial para a destruição de vidas e de bens. Porém, em muitos casos históricos, envolvendo erosão interna em barragens zonadas, desenvolveram-se fugas concentradas de água, visíveis no parâmento de jusante, mas os caudais descarregados tenderam a estabilizar, a reduzir ou até mesmo a parar completamente. Julga-se que um fator importante que influencia a limitação da progressão da erosão possa ser a presença de materiais com determinadas caraterísticas a montante da fuga concentrada no núcleo.

 

O trabalho apresentado centra-se na investigação da influência de zonas a montante do núcleo, em particular, por ação da restrição do escoamento e/ou pela ação de preenchimento da fuga concentrada. Para tal, foi desenvolvido e avaliada a aplicabilidade de um equipamento laboratorial inovador, bem como definidos os seus procedimentos de ensaio. O equipamento permite ensaiar provetes compostos até três materiais distintos compactados em série (Zona de montante | Núcleo | Filtro de jusante), que podem conter algumas partículas até à dimensão de cascalho grosso.

 

Numa ótica de controlo de segurança, o equipamento desenvolvido demonstrou ter uma enorme aplicabilidade e potencialidade para ser utilizado na engenharia de barragens de aterro, podendo ser útil tanto na fase de dimensionamento de novas barragens como na fase de exploração em barragens com sinais de ocorrência de fenómenos de erosão interna.

 

 

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