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Visita à Abertura das Talhas na Amareleja

30 de Janeiro de 2017 | Engenharia Agronómica


Decorreu, no passado dia 14 de janeiro, uma visita à abertura das Talhas na Amareleja, organizada pelo Conselho Regional Sul do Colégio de Engenharia Agronómica, que contou com a presença de quatro dezenas de participantes.

Esta visita, de caráter técnico e cultural, foi orientada pelo enólogo e estudioso Virgílio Loureiro, que guiou todos os presentes nesta viagem aos antepassados romanos, responsáveis pelo início da produção do tão afamado Vinho da Talha, há mais de dois mil anos atrás, nesta região do Alentejo.

O programa da visita iniciou-se com o reconhecimento das vinhas da casta "Moreto”, plantadas em pé-franco, com idades acima dos 80 anos, que fornecem as uvas para fazer o vinho de talha da Amareleja. Todos os presentes comprovaram ao vivo a proximidade destas vinhas, com as vinhas romanas do século II, plantadas de forma irregular e com videiras conduzidas em "forma baixa", normalmente em consociação com oliveiras da época.

Após esta visita, o roteiro deste dia incluiu uma paragem numa carismática adega típica, na qual foi possível provar o Vinho de Talha diretamente das talhas, acompanhado com petiscos alentejanos. Foi mais um momento de convívio entre todos os participantes, que puderam conhecer e perceber como se faz, ainda de forma tradicional, este vinho tão característico desta zona do Alentejo.

Seguiu-se um almoço na Adega das Talhas, com o Anfitrião José Piteira, proprietário do espaço, que mostrou a todos os presentes, como se abre uma talha e se clarifica o vinho por caules de junça, uma planta aquática.

O almoço, servido na própria adega, foi genuinamente alentejano, composto por uma sopa de bacalhau com queijo de cabra e ovos escalfados, seguido por uma carne de vitela guisada com batata frita, ao qual se juntaram as mais diferentes e saborosas sobremesas alentejanas, como a sericaia, a encharcada e a pera bêbada com gelado de casta moreto, sempre acompanhado com Vinho da Talha produzido pelo próprio José Piteira.

A visita terminou com a projeção de um documentário sobre o tema, focando os pormenores deste processo de vinificação.

Como referiu no final, o guia e enólogo, Virgílio Loureiro, "mais do que uma atividade económica o Vinho de Talha é um modo de afirmação cultural dos homens da planície, que não pode ser confundido com o vinho feito em talhas noutras regiões”.

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