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Betão Branco

Realça se o facto de se tratar de um Edifício em betão branco que, em grande parte, será aparente. O betão é simultaneamente a estrutura e o acabamento final da obra. Este facto vem dar importância à necessidade de um bom comportamento da estrutura em serviço. Com efeito, a manutenção do bom aspecto do betão branco aparente é, em grande parte, assegurada pelo controle da largura de fendas associada a uma correcta quantificação dos esforços em estado limite de utilização.

Assume particular importância a correcta especificação do betão e os cuidados a ter nos trabalhos de cofragens e armaduras, nomeadamente na manutenção da obra sempre limpa e na disponibilidade de uma mão-de-obra empenhada. Após um trabalho de pesquisa, envolvendo a equipa de projecto e a equipa técnica da Secil, foi possível definir uma especificação que permitiria obter um betão com as características de cor, acabamento final, trabalhabilidade e resistência pretendidas.

Pretendia-se um betão da classe de resistência C40/50, com uma dosagem mínima de 380 kg/m3 de cimento branco BR I da classe 42.5, utilizando um inerte graúdo calcário, areias finas calcárias e graníticas e um filler calcário muito fino. É a presença da areia granítica que faz com que a cor do betão seja ligeiramente acinzentada e não amarelada como muitas vezes acontece quando se pretende um betão o mais branco possível. Dadas as características particulares desta obra, nomeadamente a betonagem dos grandes painéis exteriores com ângulos de inclinação que chegavam a ser de 48º com a horizontal, o caderno de encargos pedia a construção prévia de vários protótipos em betão branco. Com a execução destes protótipos pretendia-se adquirir conhecimentos sobre os métodos de cofragem, protecção das armaduras, betonagem, vibração, cura e desmoldagem e “afinar” a consistência do betão a utilizar.

 

Considera-se que esta fase de aprendizagem do “novo” material por todos os intervenientes foi fundamental para o sucesso da utilização do betão branco em obra. Experiências anteriores recomendavam a descofragem muito rápida das superfícies de betão branco aparente a fim de evitar o aparecimento de manchas. A impossibilidade de o fazer em alguns painéis, devido ao complexo sistema de escoramento, levantava a questão do risco de aparecimento dessas manchas, naturalmente indesejáveis, e impunha uma opção – ou a aceitação das manchas, ou o recurso a um sistema de cofragem ainda mais sofisticado. A realização atempada do protótipo foi determinante na indicação do caminho a seguir, uma vez que indiciava o desaparecimento das manchas com o envelhecimento do betão.

Foram feitos diversos ensaios em partes da obra que vieram a confirmar esse comportamento, generalizando, por isso, a aceitação de um tempo mais longo de permanência da cofragem. Manchas de sujidade e escorrimento de oxidações que não puderam ser evitadas, acabaram por ser resolvidas por recurso a uma limpeza final através da utilização de produtos químicos apropriados, seleccionados após diversos ensaios. Toda a superfície exterior de betão está protegida com um produto hidrófugo, com vista a evitar o aparecimento de fungos, em especial nas superfícies voltadas a Norte. As zonas inferiores das superfícies em betão aparente serão ainda protegidas com um produto anti-grafitti que possibilita a limpeza de eventuais pinturas murais.


 

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