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Engenheiro Fernando Silveira Ramos distinguido



Av. António Augusto de Aguiar,
n.º 3D, 1069-030 Lisboa secretariageral@oep.pt

Comunicado à Imprensa
Comunicado do Conselho Directivo Nacional
da Ordem dos Engenheiros

               3/2010 
      30 de Abril de 2010

Engenheiro Fernando Silveira Ramos distinguido
Prémio Secil de Engenharia Civil 2009 atribuído ao Molhe Norte da Barra do Douro

Prémio Secil Universidades distingue sete projectos nas áreas da Arquitectura e Engenharia

Lisboa, 30 de Abril de 2010 - A Secil – Companhia Geral de Cal e Cimento, SA e a Ordem dos Engenheiros anunciam que o Prémio Secil de Engenharia Civil 2009 foi atribuído pelo Júri ao Molhe Norte da Barra do Douro, uma obra da autoria do Engenheiro Fernando Silveira Ramos. Este galardão, reconhecido como o Prémio de referência da Engenharia portuguesa, distingue, de dois em dois anos, a mais significativa solução de engenharia concretizada no biénio em análise.
O Prémio Secil de Engenharia Civil visa promover o reconhecimento público de autores e de obras que, incorporando o material primordial da actividade da SECIL – o cimento –, constituam peças significativas no enriquecimento da engenharia portuguesa. A obra agora premiada é uma estrutura construída na margem norte da embocadura do rio Douro para resistir à acção directa das ondas de tempestade e das correntes das grandes cheias, onde estão incorporados mais de 65.000 m3 de betão e 2.500 toneladas de aço.
Para o Eng.o Fernando Silveira Ramos, a conquista do Prémio Secil, que classifica como "o Nobel da engenharia em Portugal”, foi acolhida com reforçadas razões de satisfação pessoal, dado que a obra distinguida exigiu "mais de 10 anos de trabalhos e de lutas, principalmente de lutas”, realçando também "as dificuldades próprias de um programa ambicioso que combinava exigências hidráulicas, sedimentares, estruturais, paisagísticas, de navegação e de integração urbana”.
O autor da obra premiada faz questão de salientar que se tratou "de um trabalho colectivo” concretizado por "uma equipa técnica de projecto e consultoria coesa e multidisciplinar”, enunciando, entre as principais bandeiras deste projecto, "a vitória da imaginação e da inovação na obra de engenharia sobre o habitual pragmatismo cinzento e repetitivo”, bem como "a transformação do ‘forte e feio’ molhe costeiro num equipamento urbano e lúdico de qualidade e de utilização pública”.
O Júri considerou que, das restantes candidaturas apresentadas, são de destacar as referentes ao Viaduto de Vila Pouca de Aguiar e Estação do Terreiro do Paço.

Um renomado especialista da engenharia costeira e portuária

Fernando Coutinho da Silveira Ramos nasceu em Lisboa, em Maio de 1941, tendo-se licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior técnico, em 1966. Iniciou a sua actividade profissional, ainda como estudante, no Serviço de Hidráulica do Laboratório de Engenharia Civil, onde trabalhou como técnico Superior entre 1967 e 1972.

A partir de 1972 passou a exercer actividade profissional na empresa de estudos e projectos Consulmar, sempre nas áreas da engenharia costeira e portuária, assumindo responsabilidades de Direcção em 1981. Foi interventor ou responsável no desenvolvimento de muitos estudos e projectos portuários e costeiros de grande relevância e criatividade, casos dos projectos da reconfiguração dos portos de Viana do Castelo, Figueira da Foz, Aveiro e dos Terminais de graneis líquidos e sólidos de Sines. Foi ainda coordenador do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Porto de Lisboa, onde se preconizou a reconfiguração do Terminal de Alcântara e a implementação do tráfego fluvial de contentores.

Alguns outros trabalhos merecem também destaque pela sua especificidade, como, por exemplo, os estudos que conduziram ao registo, em 2002, duma Patente Nacional no domínio das estruturas para construção de obras marítimas pouco reflectoras, a construir no interior de bacias portuárias (estruturas já executadas no porto de pesca da Afurada e no terminal multiusos do Porto de Leixões).
A sua actividade profissional continuada nos domínios da hidráulica marítima, engenharia costeira e estruturas portuárias, valeu-lhe a atribuição, em 2009, pela Delegação Portuguesa da Pianc (Permanent International Navigation Congress) do Prémio "Fernando Abecasis", de excelência de carreira.

Também na actividade associativa empresarial foi sempre muito activo, tendo sido nomeadamente membro de vários órgãos da Appc (Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores), eleito seu Presidente em 1998 e reeleito sucessivamente em 2001 e 2004.

Fernando Silveira Ramos acompanhou e compatibilizou as suas actividades profissionais, empresariais e associativas com uma actividade social e política que exerce até hoje desde os tempos de estudante.

Como reconhecimento desta actividade profissional, empresarial, associativa, social e política, foi agraciado em 2005 com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito Agrícola Comercial e Industrial, com que foi distinguido por Sua Excelência o Presidente da Republica, Dr. Jorge Sampaio.

Uma obra notável

O Molhe Norte da Barra do Douro integra-se num conjunto de obras na embocadura do estuário, cuja coerência e comportamento hidráulico e sedimentar são determinantes para o seu êxito. 
Alguns conceitos de sustentabilidade ambiental e de utilização urbana e lúdica desta obra marítima assumiram também especial relevância nalgumas opções efectuadas.
Os estudos, os projectos e as obras foram efectuados na sequência dum concurso público internacional de concepção/construção, acompanhado por uma comissão técnica independente e a solução seleccionada validada por ensaios em modelo reduzido e matemático no Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Tendo o IPTM - Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, I.P. como dono de obra, a concepção geral das intervenções na barra do Douro esteve a cargo dum consórcio projectista liderado pelo Eng. Fernando Silveira Ramos e o desenvolvimento do projecto do Molhe Norte a cargo da Consulmar - Projectistas e Consultores, Lda. A construção da obra foi da responsabilidade da Construtores dos Molhes do Douro-ACE (Somague Engenharia/Irmãos Cavaco) e a sua fiscalização realizada pela DHV-Tecnopor/DHV-Fbo.

Os objectivos principais da intervenção na barra do Douro eram melhorar as condições de segurança das embarcações no canal da Barra, proteger as zonas marginais da Cantareira e do Passeio Alegre da acção destrutiva das ondas e correntes e facilitar a auto-limpeza do canal, diminuindo o esforço das dragagens de manutenção.
Estes objectivos deviam ser atingidos tendo como preocupação minimizar o impacte ambiental sobre o Cabedelo e Bacia de S. Paio e o impacte visual das intervenções sobre as zonas urbanas adjacentes, bem como contribuir para a estabilidade das praias a jusante da Barra do Douro. 
Para concretização desta obra foram prefabricados vários tipos de peças de betão armado, aduelas e caixotões, sendo de salientar a execução por deslize, em doca flutuante, no interior do Porto de Leixões, de 16 caixotões de grandes dimensões, alguns deles com cerca de 26 x 15 x 15 m.
Estes caixotões foram transportados um a um em flutuação, em mar aberto, durante cerca de 5 quilómetros. Foram então afundados no local, sobre uma base regularizada por mergulhadores, rigorosamente colocados justapostos e selados contra o fundo rochoso, formando a infra-estrutura do Molhe Norte que, no final e em conjunto com o troço construído em aduelas, atinge cerca de meio quilómetro de comprimento. Esta infra-estrutura foi depois reforçada e completada já no local com uma superstrutura em betão, que no seu interior tem moldada uma galeria técnica, situada imediatamente abaixo do coroamento do Molhe, que garante o acesso ao Farol mesmo em condições de mau tempo.
Com a solução encontrada foram criados dois circuitos pedonais ligando a cabeça do novo Molhe ao Passeio Alegre. Um, no nível superior da estrutura, utilizável só em situações de bom tempo, e outro, no nível inferior, por uma galeria técnica dotada de vigias sobre o canal de entrada, utilizável em más condições de mar. Estes circuitos são interligados numa extremidade pelo interior do Farol e, na outra extremidade, pelo enraizamento do Molhe.
As soluções foram, desde início, muito criativas e inovadoras em todas as frentes de desenvolvimento do projecto, traduzidas nos conceitos e nos pormenores, na tecnologia, na integração urbana e na sustentabilidade ambiental.
Estas características estiveram especialmente presentes em dois momentos. Primeiro no trabalho colectivo e criativo de concepção geral (na preparação do concurso de concepção/construção) e, depois, no trabalho rigoroso, inovador e multidisciplinar de desenvolvimento das soluções estruturais e de construção, com especial referência aos trabalhos subaquáticos.

Prémio Secil Universidades distingue sete projectos

O Prémio Secil Universidades, galardão que a Secil promove junto das Universidades portuguesas com o objectivo de incentivar a qualidade do trabalho académico e o reconhecimento público de jovens oriundos das Escolas de Arquitectura e Engenharia Civil, distinguiu em 2009 sete projectos.

O Prémio Secil Universidades Engenharia Civil 2009 foi atribuído a:

Projecto: Reabilitação e Reforço do Quartel dos Bombeiros das Lages do Pico 
Autor: João Pedro Guilherme Alves (Instituo Superior Técnico) 
Projecto: Construção de Edifícios em Meio Aquático
Autor: José Pedro Silva Ferreira (Instituto Superior Técnico)

Os vencedores do Prémio Secil Universidades Arquitectura 2009 foram:

Projecto: Museu da Mina de São Domingos 
Autor: André Rodrigues Costa (Universidade Autónoma de Lisboa) 
Projecto: Museu Mineiro de São Domingos
Autor: João Charters Monteiro. (Universidade Autónoma de Lisboa) 
Projecto: Cluster Cultural na Acrópole da Penitenciária de Coimbra 
Autores: Gerson Gonçalo Oliveira Rei, José Gil Correia Gama e Rui Vótor Rico Baltazar (Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra) Projecto: Museu da Indústria Zona Oreintal de Lisboa 
Autor: Fábio David Ferreira Santos (ISCTE) 
Projecto: Biblioteca Municipal de Vila Nova de Gaia 
Autor: Sara Lia Santos V. Bysch (FAUP)

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