fechar
Acessibilidade (0)
A A A

Escolha o idioma

pt
e2314643bb72a8d6efb0d9d894abbfe0.jpg

Ordem dos Engenheiros repudia críticas do Ministro Mariano Gago



Av. António Augusto de Aguiar,
n.º 3D, 1069-030 Lisboa secretariageral@oep.pt

Comunicado à Imprensa
Comunicado do Conselho Directivo Nacional
da Ordem dos Engenheiros

               5/2010 
      20 de Dezembro de 2010

Ordem dos Engenheiros repudia críticas do Ministro Mariano Gago

Em 18 de Dezembro, foram amplamente divulgadas na Comunicação Social declarações do Professor Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, proferidas durante um encontro partidário, tecendo criticas generalizadas às Ordens Profissionais, acusando-as de pretenderem condicionar o acesso às profissões em benefício dos profissionais "que já estão instalados”.

Nas declarações gravadas, foi possível ouvir o tom jocoso como se referiu aos princípios das Ordens quanto à defesa da deontologia profissional, fazendo declarações com base em juízos de valor, genéricos e não sustentados, situação que a Ordem dos Engenheiros repudia de forma veemente, considerando-as impróprias de um governante.

Para além de ter demonstrado ser-lhe difícil entender as virtudes dos valores éticos e deontológicos, admite-se que estas declarações do Ministro resultem da frustração que terá sentido na última legislatura pelo facto de não ter conseguido terminar com as Ordens Profissionais, como seria provavelmente o seu desejo.

Mais do que críticas panfletárias, despropositadas e injustas, o Ministro devia cumprir com a sua obrigação de legislar, adaptando o Estatuto da Ordem dos Engenheiros à realidade pós Bolonha, tal como diligentemente se preocupou em fazer no Sistema do Ensino Superior com a adaptação dos bacharelatos e licenciaturas anteriores para as licenciaturas e mestrados actuais.

Em meados de 2007, a Ordem dos Engenheiros disponibilizou-se directamente junto do Primeiro-Ministro e do Ministro Mariano Gago para colaborar na elaboração das necessárias adaptações estatutárias decorrentes das alterações no sistema de ensino superior. Continuamos a aguardar que o Ministro encontre tempo para tratar do assunto.

Não vislumbramos nenhuma reunião que tivesse ocorrido entre a Ordem dos Engenheiros e o Sr. Ministro, na qual tivesse sido feito qualquer pedido para limitar o acesso à profissão, ao contrário do que enfatizou nas declarações prestadas à comunicação social.
A nossa postura nunca foi e não será a de esperar quaisquer decisões políticas em benefício próprio, como deixou antever nas suas afirmações, mas sim decisões que se ajustem aos superiores interesses do País.

Qualquer que seja o juízo de valor que o Ministro faça, enquanto a Ordem dos Engenheiros existir, com mandato de associação pública com poderes delegados pelo Estado, com funções de regulação da profissão e com especiais deveres em matéria de observância dos princípios éticos e deontológicos, assiste aos Membros desta Associação Profissional o direito de serem respeitados e de não serem objecto de declarações demagógicas, feitas de modo generalizado, ofendendo desnecessariamente dezenas de milhares de profissionais de engenharia e contribuindo para a desvalorização e desconsideração de uma instituição prestes a fazer 75 anos.

A Ordem dos Engenheiros assume como missão a garantia da qualidade da engenharia, na convicção de que este é o caminho para atingir o seu objectivo fundamental de defesa da segurança e do bem-estar das populações.

A Ordem dos Engenheiros, para além da sua função de regulação do exercício da profissão, garantindo o cumprimento da ética e deontologia profissionais, sempre se posicionou como participante activa na discussão dos grandes problemas nacionais, na elaboração de pareceres, prestando o seu contributo técnico para a valorização do processo de decisão.
As intervenções da Ordem dos Engenheiros no acesso ao exercício da profissão têm decorrido de uma necessidade, face à degradação do ensino em algumas escolas superiores de engenharia, pondo em risco os requisitos mínimos de exigência de qualidade de uma profissão cujo exercício se projecta na segurança dos cidadãos.

A nossa posição foi sempre de luta contra o facilitismo e nunca de limitação do acesso à profissão.

Lisboa, 20 de Dezembro de 2010

Carlos Matias Ramos
Bastonário da Ordem dos Engenheiros


Parceiros Institucionais