Num contexto profissional absolutamente inédito em Portugal, em que as medidas de contenção do novo coronavírus demandam isolamento social e reajustamento das práticas laborais, fomos saber juntos dos nossos membros qual o impacto de toda esta situação no exercício da sua profissão de engenheiro. O testemunho de hoje pertence a Fernanda Silva, membro efetivo da Ordem dos Engenheiros, agregado ao Colégio de Engenharia Química e Biológica. Trabalho numa pequena indústria alimentar, na área da qualidade e segurança alimentar. Em abril, a prioridade foi pensar o plano de contingência, preparar kits de higiene (que continuam nos mesmos locais e felizmente não foram necessários). A fábrica manteve-se a trabalhar, o nosso stock de máscaras acabou. E os operadores que obrigatoriamente tinham que trabalhar próximo?… Improvisámos. Usámos tapa-barbas para reter uma parte das partículas que naturalmente expelimos da boca ao falar. Foi usa e deita fora, usa e deita fora... Havia muito stock. Será que evitou alguma coisa? E desinfetante? Muito difícil de conseguir e a preços exorbitantes! A Hovione ajudoucom um jerrican de solução desinfetante. Como em muitos locais, também aqui pairava no ar a nuvem negra do lay-off. Agora, em finais de maio, já passámos por um mês de lay-off e estamos no segundo layoff, desta vez a 50%. Voltámos a sair e a trabalhar. E muito mudou. Fundamentalmente os comportamentos, algumas regras foram alteradas e interagimos de maneira diferente. Mas continuamos todos cá. Sem Covid-19. Com receio, é certo, a ganhar confiança. À espera que o mercado recupere. Tudo isto começou há uma eternidade… mas só passaram dois meses. Vamos todos ficar bem! |