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Quarentena a Sul: Testemunho de Tiago Santos

14 de Maio de 2020 | Geral




Num contexto profissional absolutamente inédito em Portugal, em que as medidas de contenção do novo coronavírus demandam isolamento social e reajustamento das práticas laborais, fomos saber juntos dos nossos membros qual o impacto de toda esta situação no exercício da sua profissão de engenheiro. O testemunho de hoje pertence a Tiago Santos, Coordenador do nosso Colégio de Engenharia Naval.

O quotidiano no sistema de ensino, em particular nas universidades, também não escapou ao impacto da pandemia da Covid-19. Em particular, uma vez que leciono numa com uma fortíssima componente de alunos estrangeiros, não poderiam deixar de se fazer sentir os efeitos de um acontecimento desta magnitude.

Existiam já em desenvolvimento iniciativas para criar conteúdos para o ensino à distância, mas a pressão da emergência obrigou rapidamente a migrar o ensino para plataformas digitais. Estas novas tecnologias possibilitam que os alunos estrangeiros, na maior parte dos casos forçados a regressar aos seus países de origem, continuem a realizar as unidades curriculares. Ainda estão em avaliação os resultados desta transição, mas a generalidade das primeiras impressões parece positiva.

O email permite colmatar as dificuldades de comunicação no acompanhamento de trabalhos práticos e esclarecimento de dúvidas. Resta saber como será resolvido o problema das avaliações escritas presenciais previstas na maioria das unidades curriculares.

No que diz respeito à componente de investigação científica, imprescindível no meio académico, o isolamento domiciliar tem-se até revelado positivo, fora as dificuldades naturais em continuar a separar a vida profissional da vida privada. Contudo, quando a investigação necessite forçosamente de recorrer a laboratórios, é então de esperar um impacto significativo da atual situação.

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