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Entrevista a Menção Honrosa do Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2019

02 de Dezembro de 2020 | Geral


Na expectativa de conhecer um pouco melhor os vencedores do Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2019 (PIJE), desafiámos cada um destes jovens engenheiros a uma flash-interview. A entrevista que se segue pertence ao autor de um dos dois trabalhos distinguidos com uma Menção Honrosa, José Pedro Ferreira.

 

Fale-nos um pouco de si...

Em primeiro lugar, gostaria de utilizar esta oportunidade para agradecer a distinção à nossa Ordem e congratular os demais premiados pela excelência do seu trabalho.

Quanto a mim próprio, e tentando objetivar ao máximo o meu autorretrato, sou um jovem engenheiro aeroespacial com um gosto especial por resolver problemas complexos. De momento, faço parte da equipa que se encontra a desenvolver o primeiro satélite da indústria nacional, sendo simultaneamente docente no ensino superior. Sou motivado pelo desafio e aprendizagens constantes, máximas que têm regulado o meu percurso e conduzido a várias experiências noutros continentes. Este é outro ponto pelo qual nutro especial afeto, pois tenho para mim o desejo de aprender não só noutra cultura, como também outras culturas.

Do ponto de vista pessoal, sou um amante do desporto e da música. Pratiquei até há bem pouco tempo futebol federado, algo que conciliei desde a infância com os estudos de piano no conservatório, até ao ingresso na universidade.


- Como é que a engenharia entrou na sua vida?

O fascínio pela aeronáutica desde muito tenra idade marcou de forma indelével as minhas escolhas atuais. Creio que fui conquistado na primeira vez que andei de avião, após ter ficado apavorado com a ideia nos dias antecedentes. E foi com esta dicotomia amor-ódio, que rapidamente se transformou em curiosidade e fascínio, que desde cedo se tornou evidente para mim o caminho a seguir.


- Jovem, engenheiro, inovador e premiado. O que representa para si esta combinação?

A juventude é sem dúvida sinónimo de energia e vontade de fazer acontecer. Creio que não peco por defeito se afirmar que a vasta maioria dos recém-graduados tem a sua própria ideia inovadora, que, a seu ver, poderá ajudar a resolver um determinado problema. Isso é engenharia, catalisada pela força da ação: uma combinação proveitosa em qualquer economia sólida ou com ambições de o ser, apoiada em inovação tecnológica. Os reconhecimentos, apesar de importantes, deverão somente ser a consequência de um trabalho meritório de desenvolvimento de capacidades e não um fim em si mesmo.


- Considera possível a implementação prática do seu projeto a médio prazo?

Bastante. A solução que apresentei permite o acesso, com custos reduzidos, a um método de medição consideravelmente preciso para ensaios em túneis de vento. Com o recurso a uma simples câmara fotográfica e um computador portátil, é possível calcular parâmetros cruciais durante estes ensaios, através de um algoritmo de inteligência artificial. Tal solução tem especial interesse para instituições de ensino superior ligadas ao ensino da mecânica de fluidos em contexto experimental, onde poderão ter acesso a uma solução bastante económica, de complexidade reduzida e baseada em software open source.


- Em que medida a atual situação epidemiológica mundial afetou (ou continua a afetar) o exercício da sua atividade profissional?

A situação atual veio trazer uma mudança de paradigma inquestionável, com alterações impactantes para qualquer ser humano, ao ser forçada a cessação de todas as interações pessoais e de equipa. Creio que, na sua génese, este é um ponto incontornável. No entanto, tal é atenuável à luz das facilidades de conectividade existentes hoje em dia. Assim, é possível continuar a desenvolver um trabalho valoroso, fazendo com que a barreira física seja minorada.

A mudança mais impactante para todos os intervenientes ocorreu, para mim, ao nível da docência, em que o ensino passou a ser feito à distância, através de plataformas digitais de videoconferência. Perde-se aqui, de facto, o contacto de proximidade entre alunos e professor e a cumplicidade da partilha. No entanto, tal estimula-nos também a inovar e a ser muito mais imaginativos na forma de partilhar os conhecimentos, existindo mais oportunidades para se tirarem dúvidas e cimentar os conteúdos.


- Uma mensagem aos jovens engenheiros.

A essência do bom exercer da engenharia está na integridade e paixão que colocamos neste serviço à comunidade. Primar sempre pela honestidade intelectual e seriedade das investigações que realizamos e nos resultados que publicamos e comentamos. Desta forma, contribuir-se-á não só para o avanço da tecnologia como também para a melhoria das condições de vida dos nossos pares. Engenharia são soluções.

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