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Entrevista ao vencedor do Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2019

28 de Maio de 2020 | Geral


Na expectativa de conhecer um pouco melhor os vencedores do Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2019 (PIJE), iniciativa que vai já na sua 29ª edição, desafiámos cada um destes jovens engenheiros a uma flash-interview, cujas respostas vamos partilhar ao longo das próximas semanas.

Iniciamos, assim, este ciclo de entrevistas com Aires Colaço, membro efetivo da Região Centro, agregado ao Colégio de Engenharia Civil, vencedor do primeiro prémio, com o trabalho intitulado Metodologia numérica integrada para a previsão e mitigação de vibrações e ruído re-rediado induzidos por tráfego ferroviário.

- Fale-nos um pouco de si. Quem é o Aires Colaço?
Nasci no ano de 1989 numa pequena aldeia do concelho de Resende, distrito de Viseu. Iniciei aí o meu percurso escolar, terminando o ensino secundário no ano de 2007. Nesse mesmo ano ingressei na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, concluindo o mestrado integrado em Engenharia Civil em 2012. Desde então, mantenho a minha atividade profissional mais direcionada para a área de investigação, tendo terminado um doutoramento em 2019. Atualmente, sou investigador doutorado nessa mesma faculdade.

- Como é que a engenharia entrou na sua vida?
Desde muito cedo que tive sempre presente a engenharia na minha vida. Por um lado, uma apetência natural pelas áreas ligadas às ciências exatas, mais concretamente pela matemática e física. Por outro lado, o facto de conviver de perto com a realidade da construção civil, auxiliando por diversas vezes o meu pai em pequenos trabalhos ligados ao ramo. Estas realidades foram moldando o meu percurso, culminando com o meu ingresso na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, tendo por primeira opção o curso de Engenharia Civil.

- Jovem, engenheiro, inovador e premiado. O que representa para si esta combinação?
Penso que a conjugação destas palavras é, antes de mais, um motivo de orgulho. Orgulho na profissão e no percurso seguido que culminou neste prémio. Se a referência à idade é uma condição factual, as restantes palavras acarretam responsabilidades acrescidas, sobre as quais procurarei estar à altura do desafio.

- Considera possível a implementação prática do seu projeto a médio prazo?
Na verdade, o projeto que desenvolvi, e com o qual me apresentei a concurso, já vem sendo aplicado na prática. O próprio relatório de candidatura apresenta, a título de exemplo, uma série de casos práticos em que a metodologia desenvolvida foi diretamente aplicada. A este respeito, gostaria de fazer menção ao facto de integrar um grupo de investigação da FEUP na área da ferrovia, liderado pelos professores Rui Calçada e Pedro Alves Costa, que incentiva a implementação prática da investigação desenvolvida, sendo eles próprios elos essenciais na ligação com a indústria. O objetivo para um futuro próximo, e em colaboração com outros colegas da área, passa pela criação de uma startup, de forma a impulsionar o contacto com parceiros nacionais e internacionais, tirando o máximo partido do potencial das ferramentas desenvolvidas.

- Em que medida a atual situação epidemiológica mundial afetou (ou continua a afetar) o exercício da sua atividade profissional?
No meu caso em concreto, faço parte do rol dos privilegiados que pode perfeitamente desempenhar, eu diria, 90% das minhas atividades profissionais a partir de casa. Os 10% em falta criam alguma entropia adicional, mas com boa vontade e criatividade, as questões que vão surgindo têm sido resolvidas à distância. Aliás, esta situação deverá ser encarada como uma oportunidade para o desenvolvimento de outras metodologias de trabalho, que nos poderão ajudar a ganhar competitividade no mercado internacional.

- Uma mensagem aos jovens engenheiros...
Não poderia deixar de passar uma mensagem de otimismo e motivação para os jovens (e menos jovens), sobretudo face à situação que vivemos. Os engenheiros estarão sempre mais capacitados para enfrentar desafios, faz parte da sua natureza e da sua formação. É com este espírito que devem agarrar as oportunidades e contribuir para a inovação, acreditando que podem fazer a diferença em qualquer lugar e circunstância.

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