Na sua intervenção na Sessão Solene do Dia Nacional do Engenheiro, no dia 23, em Évora, o Bastonário deixou uma proposta que, em breve, irá submeter ao Governo e que visa acautelar a situação dos recém formados e garantir o futuro da profissão. "Concomitantemente, os jovens, e não só, não têm condições para sonhar com a realização das suas ambições e assistimos impávidos a um País em acentuada recessão demográfica, ou seja, sem futuro e com a sustentabilidade geracional fortemente ameaçada, senão mesmo comprometida. Os salários baixos persistem, na maior parte dos casos, no setor privado e público, e no mercado das obras públicas tem-se verificado grande dificuldade na contratação de engenheiros com experiência adequada, porque não estão disponíveis ou já não existem no País, havendo, no entanto, uma solução que a muitos parece óbvia para evitar essa situação. Com os atrasos registados no PNI 2020 e aproximando-se um grande quadro de investimentos, o PNI 2030, e quando são impostas quotas de toda a natureza e fins, chegou a altura de impor uma quota para os jovens engenheiros (20%?), remunerada adequadamente, para que possam ganhar experiência junto dos mais sabedores. Garanto-vos que, ao fim de dois ou três anos ou de diversos investimentos, o problema da falta de experiência deixaria de se colocar com tanta acuidade. É que, é bom não esquecermos, depois de termos passado um ciclo de dez anos sem trabalho e com uma forte componente de expatriados, durante o qual deixaram a profissão mais de 320.000 trabalhadores e fecharam 65.000 empresas, sendo que das duas dezenas de maior dimensão hoje restarão três ou quatro, pedir centenas de quadros experientes é apelar a um exercício de magia ou à entrada de oferta estrangeira. Será um assunto, entre outros, que levaremos em breve à nossa Tutela Administrativa, o Secretário de Estado das Infraestruturas e à Assembleia da República, logo que oportuno, para que possamos garantir a atratividade e a continuidade da profissão." |