fechar
Acessibilidade (0)
A A A

Escolha o idioma

pt
atualidade_2488341014fa3f4a8ab7a2.jpg

Engenheiros visitam a Serra de Aire e Candeeiros

20 de Junho de 2017 | Geral


A Delegação Distrital de Santarém, com a colaboração do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, promoveu no passado dia 3 de junho uma visita à Serra D’Aire e Candeeiros, no âmbito de um conjunto de visitas técnicas e culturais que têm vindo a ser realizadas anualmente a esta Serra.

Criado em 1979, o Parque Natural das Serras D’Aire e Candeeiros (PNSAC) é uma área protegida com perto de 4.000 hectares, equivalente a dois terços do maciço calcário estremenho (MCE), cuja relevância no contexto europeu para a conservação e gestão dos habitats conduziu também à criação do Sítio Serras D‘Aire e Candeeiros da Rede Natura 2000.
Esta ação iniciou-se com um percurso de autocarro pela serra, com paragem num miradouro e na lagoa do Arrimal, uma pequena depressão cujo fundo se encontra impermeabilizado com argila e outros sedimentos, constituindo uma forma natural de armazenamento das águas pluviais e um pequeno oásis no reino do maciço calcário estremenho. Os poços, em volta das lagoas e ao longo da rua Principal da povoação do Arrimal, são belos exemplares arquitetónicos construídos em calcário, dos quais se desconhece a idade, testemunhas, noutros tempos, da presença de água em lençóis freáticos mais próximos da superfície.

Seguiu-se um percurso pedonal no Vale da Ribeira do Mogo, caracterizado pelo seu encaixe profundo e sinuoso em formações calcárias, onde se encontra uma das nascentes cársicas mais famosas da região, a nascente do Rio Alcoa, um rio português que nasce acima da localidade de Chiqueda, no Concelho de Alcobaça, Distrito de Leiria. Este percurso foi outrora pisado pelos Monges de Cister, cujos testemunhos resistiram ao tempo numa região acidentada em tempos conhecida por Serra de Albardos. O legado dos Monges Cistercienses, autores de experimentações e técnicas, ainda hoje está presente na qualidade dos produtos agrícolas da região, nomeadamente num produto agrícola de qualidade expressiva a nível regional, nacional e internacional, como é o exemplo da "maçã” e outras "frutas de Alcobaça”. Durante o percurso pedestre foi possível observar a diversidade da flora, composta por dezenas de espécies de plantas aromáticas, medicinais e melíferas e, a geologia local, tendo sido visitada a entrada do Poço Suão, gruta nascente temporária que alimenta o rio Alcoa.

Após a caminhada, os participantes partilharam um almoço no restaurante "Frei Bernardo”, em Alcobaça, a seguir ao qual foi realizada uma visita ao Mosteiro de Alcobaça.
A visita terminou com a observação dos Vales Suspensos na vertente ocidental da Serra dos Candeeiros. Este vales encontram-se suspensos a menos de meia encosta naquela vertente, quando o declive se torna mais suave para o topo, testemunhando um período de erosão normal que afetou a Serra dos Candeeiros e que foi interrompido por um posterior levantamento generalizado desta serra. Admite-se que esse levantamento resulte da movimentação normal da Falha dos Candeeiros, cuja escarpa se denuncia flagrantemente na topografia através do alinhamento rígido deste flanco da serra.

Esta iniciativa contou com a presença de vinte membros da Ordem dos Engenheiros.

A Delegação Distrital de Santarém da Ordem dos Engenheiros agradece ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, nas pessoas do Olímpio e Maria João Martins, e à Dra. Sofia Quaresma, Bióloga na Câmara Municipal de Alcobaça, o apoio e colaboração na programação e acompanhamento deste evento.

Parceiros Institucionais