O Instituto Superior Técnico (IST) comemorou a sua fundação a 23 de maio. A data foi assinalada através da realização de uma Sessão Solene, que contou com a presença do Ministro da Economia e do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, para além dos distintos professores e órgãos de gestão da instituição.

O Vice-presidente Nacional da Ordem dos Engenheiros (OE), Eng. Carlos Loureiro, participou na cerimónia, em representação do Bastonário, Eng. Carlos Mineiro Aires.

Ao final do dia, o IST abriu as suas portas para dar lugar à iniciativa "Keep in Touch”, que consistiu na receção da comunidade académica, antigos alunos, professores e parceiros, numa verdadeira "viagem de regresso ao Técnico”, um momento igualmente testemunhado pela OE, através do seu Bastonário.

A OE felicita o IST pelo seu trajeto histórico de afirmação enquanto instituição de ensino superior, bem como a sua intervenção na construção e consolidação da formação superior em Portugal ao nível da Engenharia, que são verdadeiramente notáveis e merecedores do maior reconhecimento geral.

(…)"Na verdade, passados os tempos agitados que se seguiram à implantação da Revolução republicana, era a altura de cumprir e pôr em prática os ideais e as propostas que o republicanismo vinha proclamando. E mesmo que não tenha conseguido concretizar senão uma pequena parte de tudo o que ambicionou, em termos de educação e ensino, a I República conseguiu, logo no ano seguinte ao da sua proclamação, levar a cabo uma das maisimportantes realizações para o desenvolvimento da engenharia e do seu ensino em Portugal. 

Manuel de Brito Camacho, ministro do Fomento do Governo Provisório, promulgou em 23 de Maio de 1911, o decreto que criou, sob sua tutela, o Instituto Superior Técnico (IST). A partir de então, os percursos entre a engenharia civil e militar foram formalmente cortados e do recém-criado IST surgiria uma engenharia moderna aberta a novos processos e técnicas. Para seu director, Brito Camacho convidou o professor Alfredo Bensaúde, mineralogista e engenheiro, tendo feito boa parte da sua formação na Alemanha, que anos antes publicara um "Projecto de Reforma do Ensino Technologico para o Instituto Industrial e Comercial". Bensaúde assumiu a direcção do recém-criado instituto aplicando algumas ideias que há muito vinha defendendo, procurando inserir na escola a concepção da indispensabilidade do desenvolvimento da investigação, do experimentalismo praticado em laboratórios e oficinas convenientemente apetrechados, e da necessidade de estreitar a colaboração com o sector industrial. Foi nesse ambiente, pouco habitual nas escolas superiores da época, que se formaram os primeiros engenheiros no Técnico, muitos dos quais, para além de surgirem como grandes protagonistas desta história, tão relevantes serviços prestaram ao País.”

In "Ordem dos Engenheiros. 75 Anos de História. Inovação e desenvolvimento em Portugal: o lugar dos engenheiros”