Visto que as avaliações em geral e as que sustentam garantias hipotecárias ou de outro tipo se encontram na base de decisões que influenciam a economia mundial e, consequentemente, o comportamento social e político global, tornam-se determinantes para a vida dos indivíduos, das famílias e do País.

Portugal, como membro de diversas organizações internacionais, tem estado sujeito à obrigatoriedade de adoção de regulamentos e normas, cuja aplicação pode não ser racional e proveitosa e o seu cumprimento nem sempre respeitado. Como Membro da União Europeia a situação cinge-se, por vezes, à transposição das regras acordadas a alto nível. Contudo, verifica-se a existência de uma dispersão de medidas que dificultam o entendimento fácil dos regulamentos, bem como o que é pretendido por parte dos reguladores, o que dificulta a sua aplicação à realidade do País e a execução de um trabalho transparente e rigoroso.

Em simultâneo não se ajuda, na prática, a que a ética, a excelência da formação e a qualidade técnica e humana dos profissionais sejam fatores preponderantes para a atividade.

Nesta conformidade, constituindo-se objetivo geral a implementação de medidas harmonizadas que conduzam a que as avaliações que apoiam vários setores de atividade sejam realizadas na observância de princípios de transparência, ética e rigor, considera a Ordem dos Engenheiros, que representa uma das profissões com maior participação e responsabilidade ao nível das avaliações, dever promover a associação de esforços entre as entidades responsáveis pelo desenvolvimento e regulamentação desta atividade, para que tal responsabilidade possa ser consistentemente assumida e vigorosamente aplicada, também ela de forma transparente e valorizadora da atividade e dos seus profissionais, neste caso, engenheiros.

Deste modo, a Comissão Executiva da Especialização em Avaliações de Engenharia inicia, com a presente Conferência, um conjunto de eventos que permitirá o debate sério e abrangente das questões identificadas, na prossecução dos valores basilares desta atividade profissional para melhor resposta às necessidades da Sociedade, em geral, e da banca, em particular.