Os estuários e as zonas costeiras são sistemas de elevado dinamismo. O comportamento morfodinâmico destes sistemas é diretamente influenciado por forças naturais (por exemplo, ondas, correntes de maré, descargas fluviais e mudanças do nível do mar) e por impactos induzidos pelo homem (por exemplo, modificações costeiras e alterações na alimentação sedimentar). Compreender os fundamentos físicos, químicos e biológicos, assim como os fenómenos antropogénicos complexos, inerentes ao estudo integrado de estuários e praias, é de elevada importância para a vida humana, equilíbrio costeiro e proteção de bens patrimoniais.

As projeções apresentadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas indicam que as alterações climáticas globais podem determinar uma subida do nível do mar até um metro, durante o próximo século e, em algumas áreas, aumentar a frequência e severidade das tempestades. Como consequência, poderão evidenciar-se recuos de centenas de metros da linha de costa e a rotura de estruturas de proteção. Inundações de centenas de milhares de quilómetros quadrados de zonas costeiras podem causar significativos impactos sociais e económicos, ameaçando vidas humanas, edifícios e infraestruturas. Por isso, a consideração dos vários e complexos problemas que ocorrem na zona costeira devem merecer uma especial atenção, envolvendo a visão técnica e científica dos engenheiros e as preocupações da sociedade civil e dos gestores políticos.

Neste contexto, a Ordem dos Engenheiros vai promover um ciclo de conferências subordinado ao tema geral "A Engenharia Costeira Portuguesa e a Defesa do Litoral. A Experiência Acumulada e os Desafios do Futuro", com a participação de engenheiros pertencentes a Instituições de ensino e investigação e a Empresas de projeto e construção, assim como representantes de Instituições públicas com responsabilidade política sobre o litoral (governo, institutos públicos, municípios).
Com a primeira sessão, que decorre no dia 30 de abril, pretende-se fazer um ponto da situação e refletir sobre a experiência acumulada nas soluções de defesa costeira, em relação à sua origem, ao conhecimento de base existente, ao tipo de intervenções, aos sucessos, às insuficiências e aos insucessos.

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Inscrição gratuita mas obrigatória, a efectuar até 29 de abril.