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Afirmação da Engenharia no lançamento do "Ano OE Energia e Clima"

06 de Março de 2023 | Geral


"Engenharia e Sustentabilidade” foi a temática central da conferência inaugural do "Ano OE Energia e Clima”, que a Ordem dos Engenheiros (OE) organizou no dia 27 de fevereiro no Altice Fórum, em Braga. 

                    
                                                      
  

  
A tónica do dia foi estabelecida pelo Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, ao afirmar, na abertura da sessão, que "a Engenharia será determinante para alcançarmos o sucesso no caminho da sustentabilidade”, tendo mesmo congratulado a OE pela escolha do tema "Energia e Clima” como alvo da sua atenção durante o ano de 2023. O Governante enumerou alguns dos objetivos com que Portugal se comprometeu relativamente a esta problemática: aumentar para 80% o peso das renováveis na produção de energia; reduzir em 40% as emissões ao nível da mobilidade; acelerar a descarbonização, o que implica o encerramento de centrais a carvão; criar o SIMPLEX Ambiental, ou seja, simplificar o licenciamento para a produção de energia e gases renováveis. "A Engenharia será determinante para encontrar soluções para todos estes desafios”, identificou.

Também os intervenientes que o antecederam, Leonel da Cunha e Silva, Delegado Distrital de Braga, Bento Aires, Presidente do Conselho Diretivo da Região Norte da OE, José Vieira, Comissário do "Ano OE Energia e Clima” e Presidente da WFEO – World Federation of Engineering Organizations, Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga, e Rui Vieira de Castro, Reitor da Universidade do Minho, foram unânimes ao constatar a prioridade social que deve ser reconhecida à sustentabilidade energética enquanto fator determinante para abrandar as alterações climáticas, bem como o papel da Engenharia em todo o processo, desde a procura de soluções, à criação de conhecimento "disruptivo”, à sua implementação e à difusão do saber técnico junto da sociedade.

"Temos boa Engenharia em Portugal, o país tem muitos bons talentos (...), 
mas está a exportar mais do que devia”.

O Bastonário, porém, foi mais longe na sua intervenção, sublinhando a necessidade de Portugal se posicionar seriamente no sentido de defesa dos seus próprios interesses. "É preciso ir ao encontro da nossa autossuficiência”. Fernando de Almeida Santos endureceu o discurso ao declarar que "não podemos condicionar o nosso desenvolvimento por questões ideológicas e nem políticas. Não podemos perder competitividade a nível internacional, e a realidade é que somos dependentes em muitas matérias”. O responsável demonstrou, igualmente, que nenhum destes caminhos se faz sem Engenharia, sobretudo porque "temos boa Engenharia em Portugal, o país tem muitos bons talentos”, contudo, criticou, "está a exportar mais do que devia”.

A manhã ficou ainda marcada pelas intervenções de Gong Ke, anterior Presidente da WFEO, de Graça Carvalho, Deputada Europeia, que enfatizou o elevado número de engenheiros que será necessário para concretizar as metas fixadas por Bruxelas, e de José Pimenta Machado, Vice-presidente da APA, que recordou que Portugal depende da água de Espanha em mais de 50%. Ainda assim, Portugal é o sétimo país da UE com maior peso das renováveis no consumo final de energia. "Portugal nunca esteve tão bem preparado para gerir a água que tem: temos mais conhecimento”, contudo "temos de medir mais as bacias”, até porque temos mais ferramentas e tecnologias.

"O problema não está na Engenharia, mas na burocracia”

No debate que se seguiu, com reflexões sobre as áreas do ambiente e da energia, o Vice-presidente Nacional da Ordem, Jorge Liça, em sintonia com o Coordenador da Especialização em Energia, Nuno Moreira, considerou estarmos "no caminho certo para o cumprimento das metas nacionais em energia e clima”, mas alertou para as ambições do País: "Portugal quer ser melhor que os objetivos que definiu, mas cuidado! Os objetivos estão bem definidos, é agora importante dar os passos certos”. Do mesmo modo, defende a importância das boas decisões no que concerne às tecnologias a implementar, dando como exemplo a eólica, que considera eficaz, mas excessivamente dispendiosa, com custos demasiado elevados para os cidadãos. Ambos os intervenientes destacaram a morosidade dos processos de licenciamento dos projetos. "O problema não está na Engenharia, mas na burocracia”.
 
Clemente Pedro Nunes iniciou os trabalhos da tarde reforçando ser "entre engenheiros e na Engenharia que se devem debater as questões da sustentabilidade energética, num país que tem uma dívida tarifária do setor elétrico de 2.000 milhões de euros”. Notas de preocupação relativas aos efeitos das alterações climáticas que já hoje se sentem, à sua imprevisibilidade, bem como a constatação da necessidade de intervenção da Engenharia nas suas diferentes especialidades e da falta de planeamento do País para endereçar estes temas, foram partilhadas pelos sucessivos intervenientes. Carlos Borrego adicionou ainda outro alerta: "o ar é um recurso fundamental do qual ninguém fala. Consumimos 17kgs de ar por dia, é absolutamente fundamental a sua qualidade e ninguém fala disso, a não ser no CO2”.

O compromisso da Ordem no que concerne às problemáticas relacionadas com a energia e o clima foi reforçado com a assinatura do protocolo de adesão desta Ordem Profissional ao Fórum Energia e Clima por parte do seu Bastonário e do Presidente daquele Fórum, cerimónia que decorreu durante a conferência.

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