No âmbito dos trabalhos preparatórios do novo ciclo de programação da Política de Coesão que deverá viabilizar o acesso aos recursos de financiamento do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, o Instituto de Desenvolvimento Regional da Região Autónoma da Madeira, IP-RAM, enquanto entidade responsável pela coordenação das atividades de programação, elaborou recentemente o Documento de Orientação Estratégica Madeira 2030, documento esse que reflete de forma objetiva as dimensões-problema da Região Autónoma da Madeira, bem como os desafios estratégicos e a estratégia regional no horizonte 2030, e que contou com a participação de diversas entidades em sede de consulta pública, entre as quais a Região da Madeira da Ordem dos Engenheiros (OE).

Nesse contexto, e estando a Engenharia na base do tecido económico e empresarial e constituindo a Engenharia a atividade geradora de riqueza e promotora do desenvolvimento e do bem-estar das sociedades, a Região da Madeira da OE foi chamada a pronunciar-se sobre o referido Documento de Orientação Estratégica Madeira 2030.

No seu contributo, e numa apreciação global, a Região da Madeira da OE refere não poder "estar mais de acordo com a Estratégia de Desenvolvimento Regional 2030, revendo-se em todos os cinco Desafios Estratégicos elencados” no Documento.

A leitura do Documento e das ideias nele apresentadas permite ter uma ideia geral da análise realizada ao período 14-20 e da estratégia proposta para o período 21-30. De modo geral, a Região da Madeira da OE reconhece-se "na análise feita e na estratégia global proposta, a qual assenta numa aposta clara na área do conhecimento, na valorização da inovação e na criação de condições, por exemplo na informática, para o crescimento e expansão internacional das empresas TIC”.

No entanto, e referindo que investigação e inovação só se materializam em desenvolvimento económico e bem-estar das populações "quando esse conhecimento consegue ser transformado em produtos e serviços comercializáveis, preferencialmente de forma internacional”, a Região salienta que "para que as empresas regionais possam envolver-se na aposta da inovação, é importante que as mesmas sejam valorizadas e lhes sejam dadas condições para competirem com concorrentes externos de dimensão e acesso a recursos financeiros bastante superiores”.

Entre outros aspetos, a análise produzida centra ainda atenções na qualificação dos recursos humanos, defendendo ser necessário definir "áreas de especialização estratégicas, de forma a direcionar a formação nesse sentido, promover a criação de comunidades de especialistas na Região e permitir assim vir a ter uma visibilidade internacional significativa. Ação que poderá e deverá contar com a colaboração da OE”.