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Energia Nuclear em debate

04 de Outubro de 2023 | Engenharia Química e Biológica



       



A Ordem dos Engenheiros, realizou no passado dia 28 de setembro, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu, a última das suas conferências no âmbito do Ano OE Energia e Clima. Subordinado ao tema "Análise estratégica da Energia Nuclear”, o evento juntou mais de 140 pessoas para ouvir personalidades de referência neste tema, que, para além de transmitirem o seu conhecimento e experiência, também enriqueceram o debate aberto com a audiência. 

Fernando de Almeida Santos, Bastonário, referiu na sua intervenção inicial, que o que não pode acontecer é pôr-se em causa a competitividade do país por razões ideológicas, existe a necessidade de discutir o tema da energia nuclear, técnica e politicamente, até porque Portugal está altamente exposto energeticamente. 

O preço crescente da energia e as questões relacionadas com o seu armazenamento foram dois dos temas abordados em diversas intervenções. A par dos contratos de feed-in tariff, um mecanismo de remuneração garantida de investidores em energias renováveis foram debatidos durante a conferência e considerados por Clemente Pedro Nunes como o drama de Portugal, porque remuneram a custo fixo a produção, independentemente do consumo. Mas também porque a potência intermitente tem o poder de expulsar do mercado, qualquer concorrência, mesmo quando ela é mais barata. 
As questões em torno do hidrogénio continuaram a animar o debate, tendo sido referido que as metas para o hidrogénio que foram fixadas pelo Governo em 2020 não tiveram qualquer fundamento por não terem por base qualquer análise económica. E foi isso que anos antes aconteceu com as renováveis. 

Na conferência foi ainda explicado como em Espanha a produção nuclear que existe em 7 reatores é responsável por 21% da produção de energia.  A Europa tem os preços de energia mais caros. Está no top 10, está porque optamos por um modelo errado de intermitência e baixa intensidade energética. Políticas erradas levaram a que todo o sistema dependesse excessivamente do gás natural ou das importações, referiu Luis Mira Amaral durante a sua intervenção dedicada à análise económica da energia nuclear.

Mas pode Portugal tornar-se autónomo? Pode, afirmaram os vários intervenientes, se seguirmos a estratégia, por exemplo, do Chile, que está a apostar fortemente na energia nuclear. 
Concordando que não existe espaço político em Portugal para abordar a energia nuclear, nem tem havido ao longo dos últimos anos para esta discussão, foi referida a relevância da mobilização da sociedade civil, incluindo as organizações que podem ser relevantes nesta matéria, para este debate, mesmo que o Governo não mostre interesse. 

Como conclusão, ficou ainda mais claro, com esta conferência que é necessário repensar o Nuclear, e que significa voltar a pensar no que foi apesentado na conferência e envolver todos os intervenientes relevantes para o debate e para o desenvolvimento de soluções que permitam desmistificar este tema.

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