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Ordem dos Engenheiros considera urgente a profissionalização do setor florestal

19 de Outubro de 2017 | Geral




Para além das manifestações de solidariedade e condolências que a Ordem dos Engenheiros prontamente, e uma vez mais, dirigiu aos cidadãos e comunidades afetadas pelos incêndios que nos últimos dias voltaram a consumir vidas e o património individual e coletivo, reitera ser imperioso e urgente a tomada de medidas adequadas e eficazes que concorram para uma correta gestão do território e para a organização dos serviços públicos e demais entidades que têm intervenção direta, assentes em políticas que se requerem preventivas e menos reativas, baseada numa mudança de paradigma, por forma a garantir um adequado planeamento das ações e da alocação de recursos.

A dimensão do problema e as suas consequências obrigam a que se repense seriamente a necessidade da profissionalização das atividades de ordenamento e de gestão florestais, questão que é determinante para a preservação da floresta e para a segurança dos cidadãos.

Menosprezar e não assumir a necessidade do envolvimento de profissionais qualificados, permitindo que a floresta nacional continue a ser gerida de forma arbitrária e parcelada pelos muitos milhares de proprietários ou por outros agentes que não detêm capacidade financeira e conhecimento específico para o efeito, é pactuar com a mais que evidente possibilidade de repetição das calamidades vividas nestes fatídicos meses de 2017 e com a continuação do abandono de vastas áreas do território.

O Relatório produzido pela Comissão Técnica Independente, constituída por académicos e engenheiros altamente competentes e qualificados, veio trazer à evidência que se existem competências para analisar as causas e as razões da calamidade, também existirão para efetuar diagnósticos e apontar medidas e planos de ação que permitam mitigar e reduzir as consequências futuras de outros eventos da mesma natureza.

Como já referimos, enfrentamos um problema que nunca poderá ter uma solução a curto prazo, o que obriga a uma concertação política que una todos os interventores em torno de um desígnio que coloque a floresta portuguesa no centro das preocupações coletivas.

É, pois, necessário e urgente mobilizar e reunir quem tem competências para pensar, organizar e elaborar estratégias de gestão que maximizem o potencial económico e ambiental da floresta e que a protejam, bem como os cidadãos.

Neste quadro, avulta o papel que devia competir aos engenheiros de diversas especialidades, com natural relevância para os engenheiros florestais, pois são estes profissionais que detêm conhecimento e competência adequados para gerir e lidar com a floresta.
A desvalorização da sua importância, conjugada com a extinção e menorização das instituições públicas conhecedoras da floresta e da sua gestão, foi um retrocesso civilizacional que só podia ter este desfecho.

A floresta não pode ser encarada como um problema que todos os anos gera vagas de incêndios e climas de acrescida ansiedade sazonal, mas sim como um valioso recurso ambiental e económico, produtor de matéria-prima transacionável e com elevado valor energético, que requer uma gestão cuidada.

A Ordem dos Engenheiros desde sempre mantém o seu empenho e disponibilidade para contribuir para uma análise séria e construtiva do assunto e, através da mobilização dos seus membros, os Engenheiros portugueses, contribuir para uma solução que concorra para a segurança das pessoas, para a preservação do nosso património natural e, no essencial, para um melhor futuro do país.

Enquanto Associação Profissional de referência e merecedora da confiança pública, a Ordem dos Engenheiros não se conforma que Portugal disponha de técnicos altamente competentes e que tenha optado por caminhos que ignoraram este valioso ativo.

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