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Projeto “Rotas do Bastonário” testemunha Engenharia feita em Braga

15 de Março de 2023 | Geral

A segunda etapa do projeto "Rotas do Bastonário – Engenharia em Movimento” levou até ao distrito de Braga, entre 28 de fevereiro e 1 de março, uma comitiva da Ordem dos Engenheiros (OE), liderada pelo seu Bastonário, Fernando de Almeida Santos.

Escolas secundárias, empresas com forte componente de Engenharia, centros tecnológicos e de inovação e instituições de ensino superior foram os destinos dos representantes da Ordem, com o objetivo de conhecer, no terreno, as ambições, os problemas e as competências da Engenharia nacional.

Para o Bastonário, "a aproximação da Ordem dos Engenheiros aos meandros da Engenharia em Portugal, às empresas, às organizações públicas e privadas, bem como às instituições de Ensino Superior” da Região, é uma das maiores vantagens deste projeto, que nasceu já no seu mandato.

Em jeito de balanço, Fernando de Almeida Santos reconhece que "os exemplos de inovação, desenvolvimento e sustentabilidade apreciados são ímpares, e essa é a razão para a Engenharia portuguesa ter uma relevante projeção internacional”.

Motivar os mais jovens para a Engenharia e para a Ordem

O projeto "Rotas do Bastonário” inclui uma componente de contacto com jovens do 9.º ao 12.º ano, para despertar neles a curiosidade e dar-lhes as ferramentas para decidirem o seu futuro, bem como com aqueles que já fizeram esta escolha e trilham agora os caminhos da formação que os levará à profissão.

O Colégio João Paulo II, em Braga, e a Escola Secundária de Vila Verde foram os estabelecimentos de ensino parceiros desta iniciativa, tendo recebido não só a comitiva da Ordem, como a atividade "A Engenharia que Há em Mim”, dinamizada pela Região Norte da OE e que visa a captação de talentos para esta área do conhecimento.

"A Ordem precisa de vós”! Assim se dirigiu Fernando de Almeida Santos a um grupo etário mais avançado, aos jovens estudantes do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), num encontro em Barcelos, onde anunciou um pacote de formação gratuita para os membros estudantes da OE, nomeadamente em soft skills.

Na Faculdade de Engenharia da Universidade do Minho a presença da comitiva da OE coincidiu com "Os Dias do Emprego – Tomorrow Needs You”, uma mostra de empresas, sessões de apresentação e oportunidades de networking entre os jovens e o tecido empresarial. O Bastonário, conjuntamente com o Presidente da Escola e o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, inaugurou a área expositiva do projeto, onde foram promovidas 4500 vagas no total das empresas presentes.

"Inovação” é a assinatura

O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), uma das mais relevantes instituições de investigação nesta área do conhecimento, abriu as portas à Ordem dos Engenheiros para apresentar alguns dos projetos que tem em desenvolvimento. O mesmo aconteceu com várias das empresas que se encontram incubadas na Startup Braga, como foi o caso da Pluggable.AI, da UpValue e da Pixartidea, numa presença liderada pelos Vice-presidentes da Ordem, Lídia Santiago e Jorge Liça, e na qual participaram os Presidentes dos Colégios Nacionais de Mecânica, Eletrotécnica e de Materiais. As visitas foram acompanhadas por Paulo Freitas e Luís Rodrigues, respetivamente Diretores do INL e da Startup Braga.

Engenharia de Braga para o mundo

Na área empresarial, a Bosch Braga, com os seus mais de 500 engenheiros nas diferentes áreas de produção e onde são produzidos sensores para metade dos veículos vendidos na Europa, foi uma das empresas que se associou a este projeto da OE.

Outro exemplo da qualidade da produção nacional foi confirmado pela Continental Mabor de Lousado, a fábrica de pneus número 1 do mundo e há dois anos a mais eficiente da Europa no universo deste grupo alemão. A unidade de Lousado é a maior fábrica de pneus de alta performance a nível mundial, não existindo nenhuma marca de automóveis europeia que não disponha de uma linha de pneus da Continental. Ainda assim, os EUA são o seu principal cliente de exportação.

"A Engenharia portuguesa é de grande qualidade e é reconhecida enquanto tal”. As palavras são dos engenheiros do Grupo Casais, que pediram ao Bastonário para continuar a intervir pela defesa da qualidade da Engenharia, muito em particular dos bons projetos.

Durante a visita, a Casais apresentou uma solução inovadora na área do edificado na qual está a trabalhar, o chamado sistema CREE, que consiste na construção de edifícios híbridos, em madeira e betão, através da utilização de componentes individuais pré-fabricadas e padronizadas, que podem ser rapidamente montados no local da obra, reduzindo as emissões de carbono, o ruído e as poeiras e permitindo economizar tempo, recursos e dinheiro.

Também o dst group recebeu os representantes da OE, tendo o seu Presidente, José Teixeira, manifestado a sua convicção de que "a área da construção precisa de um novo Bauhaus. Precisa de alterar radicalmente a sua imagem de forma a que seja entendida como uma atividade que acrescenta valor à sociedade”.

Após dois dias de contactos com empresas, centros tecnológicos e de inovação e com a academia da região, as Rotas do Bastonário no distrito de Braga terminaram com um almoço-debate com a Associação Empresarial do Minho e com visita a uma empresa têxtil de Moreira de Cónegos, a J.F. Almeida. Aqui a atividade é tradicional, mas a tecnologia é de ponta. Só em 2022 investiu cerca de 30 milhões de euros em maquinaria e numa nova unidade fabril.

A J. F. Almeida é uma das empresas destacadas no livro "Engenharia XXI”, editado pela Ordem em 2022, pelo projeto inovador designado de iHeatex. Este projeto é direcionado para a investigação de soluções tecnológicas que permitam a gestão ativa de humidade e aquecimento do felpo para têxteis-lar e de hotelaria. Durante a visita, acompanhada pelo Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, foi descerrada uma placa de distinção oferecida pela Ordem dos Engenheiros a propósito deste projeto "Engenharia XXI”.

De todas as visitas realizadas, projetos conhecidos, interlocutores, empresários e engenheiros contactados, resultou clara a falta de coincidência entre a morosidade no processo de decisão do Estado português e as necessidades das indústrias altamente produtivas e inovadoras. São ritmos totalmente diferentes, que geram prejuizos elevados no avanço da economia nacional.

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