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Região Sul realizou Conferência sobre a Intervenção no Palácio Nacional de Mafra – Reabilitação dos Carrilhões e Torres Sineiras

07 de Outubro de 2022 | Engenharia Civil





Decorreu no dia 27 de setembro a Conferência "Reabilitação dos Carrilhões e Torres Sineiras do Palácio Nacional de Mafra”, promovida pelo Conselho Regional Sul do Colégio de Engenharia Civil com o apoio do Grémio do Património (GECoRPA).

A sessão teve início com a intervenção do Presidente da Região Sul, Eng. Luís Machado, que, agradecendo a presença de todos, referiu a importância desta iniciativa e destacou a singularidade da intervenção, tanto pelo edifício em causa como pelas diversas intervenções que caraterizaram este trabalho. Seguiu-se a intervenção da Eng.ª Inês Flores-Colen, Presidente do Grémio do Património (GECoRPA), que agradeceu a oportunidade da apresentação desta intervenção multidisciplinar, de grande interesse para as boas práticas em património.
O Eng. Fernando F. S. Pinho, Coordenador do Conselho Regional Sul de Engenharia Civil, fez um enquadramento da conferência, agradecendo a presença de todos, oradores e assistência, e felicitou o GECoRPA pela possibilidade de partilhar este significativo trabalho neste evento, por todos os interessados.

As diversas intervenções seguiram a ordem do programa, começando pelo Dr. Mário Pereira, anterior Diretor do Palácio Nacional de Mafra, que fez um enquadramento geral da intervenção realizada, destacando a sua especificidade e natureza, a qual, indo muito além da recuperação dos materiais, implicou uma grande capacidade de gestão multidisciplinar (não só ao nível de engenharia, como também ao nível sineiro, relojoeiro e musical), e realçando o resultado final obtido.

Seguiu-se a intervenção do Eng. José Amorim Faria, da empresa SOPSEC, SA, enquanto coordenador geral do projeto, que fez uma síntese da intervenção de reabilitação efetuada ao nível das estruturas de suporte dos carrilhões em termos de diagnóstico, projeto e apoio à execução em oficina e em obra.

Em seguida, o Dr. Abel Chaves, Carrilhonista residente do Palácio Nacional de Mafra, descreveu os dois carrilhões existentes no Palácio bem como o seu modo de funcionamento, realçou a importância desta intervenção e sublinhou o papel social e interventivo que as sonoridades intemporais dos sinos sempre tiveram e ainda hoje têm na sociedade e paisagem sonora de monumentos e cidades, concluindo que o carrilhão continua a cumprir o principal e original propósito enquanto instrumento popular de grande alcance e diversidade cultural.

Seguiu-se a intervenção do Prof. João Soeiro de Carvalho, da Universidade NOVA, enquanto consultor de musicologia e acústica do projeto, destacando importância de nível mundial do sítio sineiro de Mafra. O conjunto de sinos e as maquinarias automáticas que o constituem são uma herança única do séc. XVIII. Hoje, restaurado o conjunto sineiro da Torre Sul, é já possível escutar toda a magnificência de um carrilhão setecentista de afinação mesatónica em estado quase original.

Por fim, interveio o Eng. Filipe Ferreira, da empresa AOF, associada do GECoRPA, enquanto Diretor técnico da empreitada de conceção/construção, o qual realçou que a intervenção no restauro dos carrilhões e torres de Mafra foi uma experiência única, só possível pela grande colaboração que houve entre todos os intervenientes, nomeadamente o Dono de Obra, o Diretor do Palácio de Mafra e equipa, Entidade Executante e Projetistas, Musicólogos, Fiscalização e Autarquia. Só assim foi possível fazer um trabalho de tal dimensão, numa tecnologia pouco compreendida e divulgada em Portugal e com grandes anomalias estruturais, nos sinos, nos relógios, nas madeiras, entre outras.

O trabalho de conservação, reabilitação e restauro dos carrilhões de Mafra, pela sua importância história, simbólica e artística foi, pela sua génese, extremamente desafiante, numa área que envolveu uma grande quantidade de materiais (nomeadamente madeira, metais e pedra) e técnicas tradicionais (estruturas de madeira, restauro de sinos e respetivos cabeçotes, relógios de torre, entre outros), que a AOF executou e coordenou.

Esta conferência revelou-se de grande interesse e atualidade, tendo no final decorrido um debate bastante intenso em que a assistência procurou obter esclarecimentos adicionais sobre os trabalhos realizados.

A sessão terminou com uma troca de impressões e esclarecimentos.






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