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Shale Gas em discussão na Região Sul da OE

Conferência sobre Shale Gas reune quase 200 participantes

25 de Novembro de 2013 | Engenharia do Ambiente, Engenharia Geológica e de Minas, Engenharia Mecânica, Engenharia Química e Biológica


No passado dia 20 de Novembro, dando continuidade ao ciclo de apresentações sobre a temática "Fontes Energéticas do Futuro”, teve lugar na Sede da Região Sul da Ordem dos Engenheiros uma conferência subordinada ao tema " Revolução do Shale Gás e o Impacto na Matriz Energética”, organizada pelos Conselhos Regionais Sul dos Colégios de Engenharia Mecânica, Química e Biológica, Geológica e de Minas e do Ambiente.

O Eng.º António Costa Silva, Presidente da Comissão Executiva do Grupo Partex Oil & Gás, foi o orador convidado que começou por sublinhar que o Shale Gas está a revolucionar o mercado mundial da energia e irá, com toda a certeza, esculpir uma considerável parte dos novos equilíbrios internacionais e da geopolítica mundial. O epicentro desta revolução energética, está a acontecer na bacia do Atlântico, com as novas descobertas petrolíferas no pré-sal deep offshore (Brasil e Angola) e o gás de xisto no continente Americano, concretamente no estados do Dakota do Norte e Texas. Foi mencionado que, nos Estados Unidos, este fenómeno é o novo paradigma do sector energético, proporcionando a este país uma enorme vantagem competitiva para a sua economia relativamente à da Velha Europa.

O convidado referiu também que esta nova dinâmica resultou do pragmatismo americano e da conjugação de vários factores, nomeadamente: 1) uma grande dinâmica de mercado no sector energético; 2) boas políticas públicas (Lei da Energia) sem burocracia; 3) o flexível Regime da Propriedade Privada da Terra; 4) boas empresas de serviços de engenharia e soluções; 5) mercados maduros no sector mineiro e petrolífero; 6) fácil acesso ao financiamento; 7) uma correta política ambiental que Regula em vez de Proibir; 8) espírito de criação e inovação sem paralelo noutros povos; 9) boa rede de infraestruturas de fácil acesso e sem monopólios empresariais e, claro está; 10) os recursos geológicos favoráveis.

Na perspectiva do Eng.º António Costa Silva sobre o mercado mundial de gás, face à dimensão do continente americano não é previsível que, na Europa, este processo possa ter uma escala semelhante no médio prazo, quer por más decisões políticas que estão a ser tomadas (dando como exemplo a recente decisão do parlamento francês), quer pela falta de integração intraeuropeia dos mercados energéticos. Relativamente a Portugal, o orador referiu também que existe potencial para a ocorrência deste gás, em 4 das suas bacias (Central Iberian zone; Lusitanian basin; Ossa Morena zone; South Portuguese zone), deixando um alerta para a criação de uma Iniciativa de Estratégia Nacional para mapear este recurso, referindo ainda que é vital para o País que haja uma solução para o voraz consumo de energia nos transportes de modo a diminuirmos a nossa dependência excessiva do petróleo, cuja factura energética atinge o valor de 8,000 milhões de euros.

António Costa Silva enfatizou ainda o grave problema que a Europa está a enfrentar, e que se irá agudizar: a falta de competitividade da sua indústria, uma vez que na Europa o custo do gás natural ronda os 11 a 12 USD/MBTU e no continente norte-americano (USA e Canadá) o valor do custo desta forma de energia é quase 3 vezes menor (cerca de 4 USD/MBTU), o que está a relançar a economia americana. Por fim, questionou ainda a credibilidade da política ambiental europeia quanto às emissões de gases de efeito de estufa, referindo que os EUA, como não subscritor de Quioto, estão efectivamente a reduzir as suas emissões com o descomissionamento de inúmeras centrais de carvão e com a entrada de centrais de gás natural de xisto. Na Europa, sempre entendida como o arauto da defesa ambiental, está a acontecer o oposto: as elétricas estão a importar cada vez mais o carvão barato e a colocá-lo na geração elétrica de base em substituição do gás natural, convencional e caro e, como tal, a Europa vem aumentando, por esta via, as suas emissões de CO2.

Depois da apresentação, seguiu-se um período de perguntas onde os participantes colocaram questões relacionadas sobre esta temática.

Consulte aqui a apresentação desenvolvida pelo orador convidado.

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