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Visita Técnica ao Antigo Sistema de Abastecimento de Água de Lisboa

02 de Novembro de 2017 | Geral, Engenharia do Ambiente


O Conselho Regional Sul do Colégio de Engenharia do Ambiente da Ordem dos Engenheiros organizou, no passado 18 de outubro, uma visita técnica às infraestruturas que integraram o antigo sistema de abastecimento de água de Lisboa. 

A visita teve início no Aqueduto das Águas Livres, em Campolide, onde se pôde observar à superfície, uma das obras mais emblemáticas da cidade de Lisboa. A visita seguiu para o troço final do Aqueduto e Galeria subterrânea do Loreto, tendo os participantes visitado o troço entre o Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras e o Reservatório da Patriarcal, no Jardim do Príncipe Real. Os participantes puderam também desfrutar de um cocktail no Reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras.

Classificado como Monumento Nacional desde 1910, é considerado uma obra notável da engenharia hidráulica, dado que incorporou um vasto sistema de captação e transporte de água, por via gravítica. A sua concretização implicou o recurso às nascentes de água das Águas Livres integradas na bacia hidrográfica da serra de Sintra, na zona de Belas.
É considerada a segunda maior obra do Reinado de D. João V (1706-1750), sendo o Alvará Régio de 12 de Maio de 1731. O seu primeiro diretor foi António Canevari, um Arquiteto Romano que esteve ao serviço da corte portuguesa desde 1725.
A obra foi custeada através do imposto Real D’Água, que começou a ser cobrado em 1729 e permaneceu até 1799. Incidia sobre 5 bens essenciais: Azeite, Carne, Vinho, Sal e Palha. A pedra utilizada na sua construção foi o "Calcário Lioz”, que provinha das pedreiras locais ativas na altura. 

Apontamos algumas das curiosidades do Antigo Sistema de Abastecimento de Lisboa:

- O Aqueduto das Águas Livres é um sistema gravítico construído entre 1731 e 1799 e compreende 58.135 m;
- O troço principal estende-se ao longo de 14.135m;
- 27 Km de percursos subsidiários transportavam água para cerca de 60 nascentes;
-  Contempla 12 Km de galerias adutoras na cidade: Galeria do Loreto, Esperança, Rato, Necessidades e Campo de Santana.

Podem ser também consideradas duas vertentes: 

 - Um aqueduto técnico, fora da cidade, desprovido de qualquer tipo de decoração, que foi desenvolvido pela Engenharia militar, e de onde sobressaem os nomes de Manuel da Maia (autor da técnica de condução da água) e de Custódio Vieira (autor da arcaria que atravessou a planta do aqueduto a partir do Monte das Três Cruzes em S. Domingos de Benfica).
- O aqueduto dentro da cidade, de arquitetura mais erudita e de decoração mais cuidada, que resulta da vontade do Rei oferecer à população uma obra magnificente. Esta vertente resulta da fusão entre o barroco de influências da europa central, com o estilo Chão, veiculado pela engenharia militar nacional, e que o Arquiteto húngaro Carlos Mardel transpôs com uma elegância pouco habitual na altura. 

Mais uma vez, esta visita técnica contou com a preciosa colaboração da Drª Bárbara Bruno, do Museu da Água.

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