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Génese de um Projecto

Na década de noventa, o aumento do consumo nacional de energia eléctrica foi suportado pela construção das centrais do Pego (carvão) e da Tapada do Outeiro (gás natural), pertencentes, respectivamente, à Tejo Energia e à Turbogás, empresas em que a EDP apenas detém participações sociais minoritárias.

O projecto da Central do Ribatejo nasceu já com o novo século. O consumo nacional de energia eléctrica aproximava-se, no ano 2000, dos 40 mil milhões de kWh (40TWh). A EDP assegurava, então, uma produção de cerca de 2/3 dessa energia, enquanto o restante 1/3 provinha das referidas centrais e, numa pequena parte, de importação.

A potência instalada nas centrais da EDP repartia-se pelas hídricas, 4 GWe, e térmicas, 3 GWe. Nas térmicas, 1,2 GWe eram provenientes de carvão (em Sines) e 1,8 GWe de fuel óleo. Nas centrais fora da EDP a capacidade instalada atingira 1,6 GWe.

Para a energia produzida em 2000, a capacidade instalada em Sines, Pego e Tapada teve uma utilização superior a 88%, produzindo mais de 22 TWh. O carvão e o gás natural asseguravam, assim, a base da produção. A parcela hídrica acompanhava inevitavelmente a pluviosidade, variando entre 6 e 14 TWh anuais. A produção com fuel óleo, de maiores custos económicos e ambientais, tendia a ser marginalmente utilizada (5 TWh em 2000, utilização inferior a 35%), apenas para suprir as insuficiências das restantes.

O gás natural (GN), introduzido em Portugal em 94, não figurava ainda no “portfolio” de produção térmica da EDP, senão marginalmente através da reconversão para queima dual (em ciclo simples) de 2 grupos da Central do Carregado.
As vantagens da produção de electricidade com GN, em ciclo combinado, são amplamente reconhecidas:

  • elevado rendimento de conversão energética;
  • reduzidas emissões poluentes;
  • reduzido preço comparativo do investimento por kW instalado.

Tais vantagens apenas são contrariadas por um preço de produção largamente dependente do custo do combustível, com significativa volatilidade, e ainda um custo de manutenção apreciável, para substituição de peças de desgaste.

Desde a sua introdução em Portugal, o GN era apenas abastecido através do gasoduto do Magreb-Europa, via Argélia e Espanha. Em 1999, o Governo Português decidiu a instalação em Sines de um terminal para descarga de GNL (Gás Natural Liquefeito), visando diversificar as fontes de abastecimento de GN e reforçar a capacidade produtiva nacional de electricidade, promovendo a segunda central de ciclo combinado a GN.
Ponderando as circunstâncias acima resumidas, a EDP decidiu assumir a construção da nova central a GN, reconhecendo neste novo vector energético um factor chave para alcançar o objectivo estabelecido de manter a liderança na produção nacional de electricidade.

Nessa altura, a liberalização do mercado de electricidade dava os primeiros passos em Portugal com a criação do sistema eléctrico não vinculado, em que a energia é transaccionada por contratação directa com os clientes, como alternativa ao sistema de tarifa regulada.

Antecipando premonitoriamente a emergência generalizada do regime de mercado liberalizado de energia eléctrica, que hoje parece estar em vias de efectiva concretização, a EDP tomou, na altura, a decisão de se constituir como produtor não vinculado de electricidade, garantindo a sua posição de detentora desta segunda central de GN no país.
A Central Termoeléctrica do Ribatejo foi, assim, a primeira central portuguesa a ser planeada e construída para operar em regime de mercado aberto, respondendo aos novos desafios de competitividade.

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