A Ordem dos Engenheiros (OE) lançou recentemente um Sistema de Acreditação que pretende afirmar-se como um "sistema regulador e distintivo da formação” que é obtida de forma contínua. No evento de apresentação, o Bastonário, Carlos Matias Ramos, clarificou que se trata de "um sistema inovador a nível internacional”, com o qual se pretende "valorizar a formação”, acreditando a oferta formativa ao nível da Engenharia.

"É ao longo da vida que nos formamos como engenheiros”, afirmou o Bastonário na apresentação pública do Sistema de Acreditação da Formação Contínua para Engenheiros (OE+AcCEdE) que decorreu na Sede Nacional da Ordem, em lisboa.

A sessão contou com a presença do Secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, que frisou o potencial deste sistema para o País, afirmando que a OE tem um poder delegado do Estado em função de um serviço aos cidadãos: a garantia de qualidade dos serviços de Engenharia. A formação contínua é espelho da necessidade de melhoria nos serviços (…). Criar um sistema de acreditação é criar um esforço de auto-regulação, de um mecanismo que dê garantia de qualidade”.
O governante congratulou a Ordem pela importante iniciativa, afirmando contar "com a Ordem dos Engenheiros para a construção de um sistema pleno de formação de qualidade, desde o ensino superior de base até à formação que os profissionais realizam até ao último dia de exercício da sua atividade”. "Este é um exemplo de qualidade e pioneirismo”, finalizou.

José Vieira, Vice-presidente Nacional da OE, apresentou o Sistema de Acreditação OE+AcCEdE, clarificando que o objetivo da sua criação é a garantia "de qualidade da oferta formativa destinada aos engenheiros”, tendo este sistema duas vertentes de acreditação: uma de ações de formação e outra de acreditação de entidades formadoras. Assim, o processo inicia-se por iniciativa das entidades formadoras que, junto da OE, manifestam a intenção de receberem a garantia de qualidade da OE, a qual é obtida após um processo de avaliação realizado com base em critérios pré-estabelecidos pelo Sistema.

A mais-valia deste Sistema é a criação de uma bitola a partir da qual os engenheiros poderão distinguir "o trigo do joio”, apostando em entidades e/ou ações reconhecidas pela OE, contribuindo para uma aprendizagem contínua de qualidade.

Também convidado a intervir na sessão de apresentação deste Sistema, o Presidente da European Federation of National Engineering Associations (FEANI), Rafael Fernandéz-Aller, referiu como princípios básicos da Engenharia o interesse pelas matemáticas aplicadas e pelas tecnologias, a inerência da mobilidade e inovação na profissão e, concomitantemente, a relevância da formação contínua na procura e necessidade de novas técnicas, materiais, produtos e processos.

João Duarte Silva, membro do Conselho de Administração da A3ES, frisou a dificuldade em constituir um sistema de acreditação: "É uma tarefa sempre exigente. Um sistema de acreditação tem de ser transparente, com critérios bem definidos, avaliadores reconhecidos pelos seus pares e com um sistema de divulgação de resultados”. Concluiu, ainda assim, estar convicto, pela experiência e pioneirismo que a Ordem tem tido na área da formação e ensino, "que a Ordem dos Engenheiros vai montar um sistema eficiente”. Já António Rendas, Presidente do CRUP, reforçou a sua crença de que um Sistema de Acreditação da Formação Contínua para Engenheiros pode "possibilitar a projeção do que é a formação superior portuguesa no mundo”.

O Sistema de Acreditação da Formação Contínua para Engenheiros está disponível a partir de dia 13 de maio de 2014 e as candidaturas à acreditação, seja de entidade promotoras seja de ações de formação, poderão ser feitas através do Portal da Ordem dos Engenheiros, neste local