Decorreu no passado dia 14 de maio, em Torres Vedras, à luz das comemorações do Dia Regional Sul do Engenheiro, a cerimónia de entrega dos Prémios Inovação Jovem Engenheiro 2015 (PIJE).

Naquela que foi a 25ª edição de uma iniciativa que procura incentivar e dinamizar a capacidade inovadora dos jovens engenheiros premiando anualmente trabalhos inovadores nos diversos ramos da engenharia, Francisco Natário e Lia Duarte ficaram em primeiro lugar, em ex-aequo, e Ana Vasconcelos em terceiro lugar.

Recorde-se que o PIJE é uma iniciativa promovida regularmente pelo Conselho Diretivo da Região Sul da Ordem dos Engenheiros, desde 1990, e que tem por objetivo contribuir para a elaboração e divulgação de trabalhos inovadores nos diversos ramos da Engenharia.

Destinado a galardoar o caráter inovador e a aplicabilidade prática dos referidos trabalhos, este prémio destina-se a todos os membros da Ordem dos Engenheiros, estagiários ou efetivos, inscritos em qualquer Região (Norte, Centro, Sul, Açores ou Madeira).

De acordo com o seu Regulamento, o Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2015 contempla a atribuição de três prémios pecuniários, no valor de 10.000€, 5.000€ e 2.500€, respeitantes aos 1.º, 2.º e 3.º prémios, respetivamente.

O 1.º prémio, em ex-aequo, foi atribuído ao trabalho "Resistência estática e de fadiga ao esforço transverso de lajes em betão armado – tabuleiros de pontes solicitados por cargas concentradas", da autoria de Francisco Manuel Maciel Natário, Membro Efetivo n.º 62053, inscrito na Região Sul e agrupado no Colégio de Engenharia Civil.

O 1.º prémio, em ex-aequo, foi atribuído ao trabalho "Os Sistemas de Informação Geográfica como ferramenta de apoio às Bases de Dados de Morbilidade Hospitalar", da autoria de Lia Bárbara Cunha Barata Duarte, Membro Estagiário n.º 68713, inscrito na Região Norte e agrupado no Colégio de Engenharia Geográfica.

O 3.º prémio, foi atribuído ao trabalho "C-Otimo - Metodologia técnico-económica de apoio à decisão na construção e reabilitação sustentável de edifícios", da autoria de Ana Neyra Brandão de Vasconcelos, Membro Efetivo n.º 53149, inscrito na Região Sul e agrupado no Colégio de Engenharia Civil.

O dimensionamento de tabuleiros de pontes em betão armado sem estribos é geralmente condicionado pela ação de cargas concentradas de veículos pesados, que originam roturas de esforço transverso e punçoamento. A natureza repetitiva do tráfego de pesados pode originar problemas de fadiga ao nível da resistência das armaduras e/ou da resistência ao corte, que se acentuam com o envelhecimento em serviço das estruturas. Muito embora o dimensionamento de tabuleiros de pontes ocorra frequentemente na vida prática do Engenheiro Projetista, subsistem ainda várias questões sobre o comportamento estático e de fadiga destes elementos. Baseado em duas campanhas experimentais efetuadas pelo autor e noutros ensaios da literatura, neste trabalho efetua-se um estudo sistemático dos fatores que influenciam a resistência destes elementos, propõe-se metodologias simples e utilizáveis pelos Engenheiros para o dimensionamento e desenvolve-se um modelo racional com base mecânica para a fadiga ao corte.

O trabalho consiste na criação de uma aplicação em software SIG (Sistema de Informação Geográfica) livre (open source) que assenta na automatização da simbologia e criação de layouts com informação da Base de Dados de Morbilidade Hospitalar (BDMH), assim como ferramentas para outras análises. A conexão ao Bing Maps na forma de mapas de base, é também uma inovação. A aplicação é uma mais valia para os profissionais da área da saúde que tenham que lidar com dados geoespaciais, com aplicabilidade futura no acesso, manipulação e análise dos dados de internamentos hospitalares, tendo em conta a dificuldade dos mesmos em criar diferentes visualizações de dados tabelares rigorosamente localizados. A conexão a uma base de dados livre reforça a aplicabilidade prática, rápida, segura e eficiente da representação dos dados. As BDMH são compostas por dados clínico-administrativos relativos a registos de episódios (de internamento e ambulatório) que podem ser utilizados para a produção de indicadores de qualidade, para o estudo de atividades hospitalares ou em estudos do mesmo âmbito.

No âmbito de uma reabilitação, e tendo em consideração os objetivos traçados de sustentabilidade e de eficiência energética dos edifícios, os decisores são confrontados com questões como qual o critério que devem adotar para escolher as soluções de reabilitação e que soluções construtivas devem aplicar nos edifícios. A metodologia proposta visa conduzir, do ponto de vista técnico-económico e integrando os aspetos ambientais e sociais das soluções, à identificação do pacote de soluções de custo-ótimo, a fim de se estabelecer um equilíbrio ótimo, em termos de rentabilidade, entre os investimentos efetuados e os custos de energia economizados ao longo do ciclo de vida do edifício. Esta metodologia deu lugar ao desenvolvimento de uma ferramenta informática estruturada para o sistema pericial denominado C-Otimo. Neste sistema o utilizador caracteriza os parâmetros do edifício, dinamicamente solicitados pelo sistema, a fim de se obter o pacote de soluções de custo-ótimo a aplicar.